No dia 21 de outubro, segundo o Kremlin, a Rússia realizou o "teste final" de um novo míssil de cruzeiro movido a propulsão nuclear, o 9M730 “Burevestnik”.
O míssil teria permanecido em voo durante cerca de 15 horas e percorrido mais de 14 mil quilômetros, o que o Kremlin descreveu como "alcance ilimitado" e "capacidade de escapar de sistemas de defesa".
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De acordo com Putin, o míssil é uma "criação única" e sem equivalentes no mundo. O chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, elogiou a tecnologia por seu tempo de voo e quilometragem.
O míssil de cruzeiro tem propulsão térmica baseada em um reator nuclear, o que significa que o ar é aquecido pelo reator e então expelido para gerar o empuxo que lhe dá velocidade. Isso permite que sua eficiência seja maior e seu tempo de trajeto quase ilimitado, mas também envolve problemas específicos relacionados à tecnologia nuclear, como níveis de radioatividade e o risco ambiental associado ao reator.
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O programa Burevestnik, lançado por Putin em 2018, passou por vários experimentos, falhas e acidentes ao longo dos anos. Em 2019, na costa russa de Nyonoksa, uma liberação radioativa levou à morte de técnicos associados ao programa.
A estratégia russa de desenvolver mísseis de cruzeiro nucleares com capacidade de atingir territórios além-mar teve início após o abandono, pelos Estados Unidos, do Tratado de Mísseis Antibalísticos, assinado com a União Soviética ainda em 1972.
O míssil foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Científica de Física Experimental da Rússia, em Sarov, e é fabricado pela NPO Novator, em Yekaterinburg.
A intenção é que ele seja integrado às forças russas até 2027, sem violar os termos do tratado de redução de armas nucleares (New START), em vigor entre os EUA e a Federação Russa desde 2010, com assinatura em Praga.
De acordo com veículos russos, o Burevestnik é um foguete térmico nuclear com um motor de reforço de combustível sólido, que mede 12 metros de comprimento no lançamento e 9 metros em voo.