A China está construindo o que será o maior túnel submarino para trem de alta velocidade do mundo, integrado à ferrovia Ningbo-Zhoushan, na província de Zhejiang.
O Túnel Submarino de Jintang deve ter uma extensão total de 16,18 km, com 11,21 km deles submersos no leito marinho. O projeto receberá trens de alta velocidade, a 250 km/h, ligando a cidade de Ningbo, no distrito de Beilun, ao arquipélago de Jintang, em Zhoushan, no leste da China. A região é composta por mais de mil ilhas e abriga o maior complexo portuário de carga a granel do mundo. Com o novo túnel, a viagem entre Ningbo e Zhoushan, de cerca de 1h30, será reduzida para menos de 30 minutos.
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A profundidade do túnel, com 14,5 metros de diâmetro interno, pode chegar a 78 metros abaixo do nível do mar, onde a pressão alcança cerca de 8,4 bars. Para a construção, foram utilizadas as maiores tuneladoras de fundo marinho da China, que abriram caminho por uma rota marítima de comércio movimentada: o Canal de Jintang, por onde passam navios de até cem mil toneladas.
A obra envolveu também a construção de poços de lançamento a 58,13 metros de profundidade, considerados os maiores já escavados na China até o momento.
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A escavação é feita com tolerância milimétrica, de forma que os dois túneis se encontrem com precisão absoluta no meio do traçado, um dos desafios técnicos mais complexos do projeto.
Ao todo, a ferrovia que liga Ningbo a Zhoushan, na costa, tem uma extensão prevista de 76,4 km, integrando o arquipélago chinês às regiões do interior de forma mais eficiente do que as rodovias e rotas marítimas já existentes.
A construção avançou para a fase submersa ainda no ano passado, com a escavação sob o nível do mar, e, em setembro deste ano, registrou a marca de 2.470 metros escavados. O túnel está projetado para ser concluído até o fim de 2026 e deve se tornar plenamente operacional apenas em 2028.
Embora existam outros túneis submarinos e travessias submersas, como o túnel entre o Reino Unido e a França — projeto ferroviário que, no ponto mais baixo, atinge 75 metros de profundidade —, o novo projeto chinês de alta velocidade deve se tornar o maior do mundo nesse tipo de estrutura.
O projeto mobiliza mais de quatro mil engenheiros e operários, em regime de trabalho contínuo, além de robôs subaquáticos e sistemas de controle remoto que capturam informações sobre pressão, vibração e estabilidade do solo marinho.