ENERGIA

Cientistas chinesas revolucionam baterias com nova tecnologia verde

Pesquisadores chineses deram um passo gigantesco rumo à próxima geração de baterias

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Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências (CAS) anunciaram o desenvolvimento da primeira bateria de lítio em estado sólido do mundo capaz de operar sem pressão externa, um avanço que pode acelerar a produção em larga escala dessa tecnologia.

O projeto, liderado pelo professor Huang Xuejie, do Instituto de Física da CAS, foi desenvolvido em parceria com a Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong e o Instituto de Tecnologia e Engenharia de Materiais de Ningbo, também ligado à academia. A descoberta foi publicada nesta segunda-feira (7) na revista Nature Sustainability.

As baterias comuns — como as dos celulares e carros elétricos — usam um líquido para conduzir eletricidade entre o polo positivo e o negativo. Já as baterias de estado sólido trocam esse líquido por um material sólido, o que as torna mais seguras (menos risco de explosão) e mais eficientes.

O problema é que, até agora, era muito difícil fazer o material sólido grudar bem nos eletrodos. Para resolver isso, os cientistas precisavam aplicar pressão constante, o que deixava as baterias grandes, pesadas e caras.

Nas baterias tradicionais, o contato entre o eletrólito e o eletrodo depende de pressão constante aplicada por equipamentos volumosos, o que aumenta o peso e o tamanho do dispositivo.

A equipe liderada pelo professor Huang Xuejie, da Academia Chinesa de Ciências, achou uma solução elegante: adicionar íons de iodo no material sólido. Esses íons “se movem” sozinhos até a área de contato, formando uma camada que mantém tudo unido sem precisar de pressão.

Resultado: a bateria continua funcionando estável por centenas de recargas e pode alcançar uma densidade de energia duas vezes maior que a das baterias atuais — ou seja, celulares que duram o dobro, carros elétricos que rodam o dobro e aviões elétricos mais leves e eficientes.

Protótipos baseados nessa técnica mostraram desempenho consistente após centenas de ciclos de carga e descarga, superando as baterias existentes.

De acordo com a agência Xinhua, a inovação pode permitir baterias com densidade energética acima de 500 Wh/kg, dobrando a autonomia de dispositivos eletrônicos.

Especialistas afirmam que o avanço representa um passo decisivo rumo à comercialização das baterias de estado sólido, com aplicações em robótica, aviação elétrica e veículos elétricos.

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