MÍSSIL

Trident II: um míssil intercontinental da Guerra Fria deve 'viver' por 94 anos

Um contrato assinado entre a Marinha dos Estados Unidos e a fabricante, Lockheed Martin, envolveu um aporte de US$ 383 milhões para manter o Trident II em atividade por mais de 94 anos

Trident II.Créditos: Lockheed Martin
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Durante a Guerra Fria, os EUA desenvolveram avançados armamentos para equipar seus submarinos nucleares, que percorriam as águas internacionais em missões de espionagem e monitoramento. Um deles, o Trident II, um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) projetado em 1980 e capaz de atingir alvos a mais de 12 mil km, vai ter uma vida longa pela frente: teve sua expectativa de vida útil estendida para o ano de 2084.

Um contrato assinado entre a Marinha dos Estados Unidos e a fabricante do míssil, a Lockheed Martin, envolveu um aporte de US$ 383 milhões para manter o Trident II em atividade por mais de 94 anos (desde a década de 1990), embora modernizações estejam previstas no horizonte.

Dois dos sistemas que a fabricante deve trabalhar para atualizar com tecnologias modernas são navegação e controle, e o novo modelo do antigo míssil norte-americano, renomeado Trident II D5 Life Extension 2 (ou D5LE2), deve estar oficialmente "a postos" em 2040.

"O míssil D5, construído e atualizado pela Lockheed Martin para a Marinha [dos EUA], é o míssil balístico mais avançado do mundo, e está atualmente a bordo dos submarinos da classe OHIO, dos EUA, e da classe VANGUARD, do Reino Unido", afirma um comunicado da fabricante, de 31 de janeiro. 

Hoje, o Trident II integra pelo menos 14 submarinos da Marinha norte-americana e quatro da Marinha Real britânica. Cada um dos submarinos pode carregar entre 24 (no caso da Marinha dos EUA) e 16 mísseis (no caso da britânica).

"A segunda extensão de vida do míssil Trident D5 permitirá que os Estados Unidos e o Reino Unido, por meio do Polaris Sales Agreement, mantenham a credibilidade dissuadindo ameaças em evolução", disse Jerry Mamrol, vice-presidente de Mísseis Balísticos de Frota da Lockheed Martin. 

O Acordo de Venda do Polaris foi assinado na década de 1950 como parte da estratégia de dissuasão nuclear norte-americana, a fim de permitir que submarinos tivessem força de ataque nuclear e fossem capazes, assim, de localizar e destruir plataformas de lançamento inimigas. O sistema Polaris, um dos primeiros mísseis balísticos de submarinos (SLBM) dos EUA, foi usado por aliados da OTAN, como o Reino Unido, por meio de acordos específicos travados durante o período da Guerra Fria.

O Trident II D5 é capaz de atingir alvos em quase qualquer parte do mundo, a até 7.400 km, a partir de uma posição subaquática (confira, abaixo, um vídeo de seu teste de lançamento). 

Ele pesa cerca de 59 mil quilos, com 13,4 metros de comprimento e 2,1 metros de diâmetro, e pode transportar até 8 ogivas nucleares MIRV (Multiple Independently targetable Reentry Vehicles), que podem ser direcionadas para diferentes alvos simultaneamente. 

Conta com um sistema de propulsão líquida e é equipado com um sistema avançado de orientação e precisão de impacto (capaz de destruir alvos estratégicos a partir dos submaridos da classe Ohio, dos EUA, e Vanguard, do Reino Unido).

 

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