A Blue Origin, empresa espacial fundada por Jeff Bezos, acaba de completar mais um voo turístico com um time de celebridades. Em 14 de abril de 2025, a missão NS-31 levou ao espaço nomes como a cantora Katy Perry, a apresentadora Gayle King e Lauren Sánchez, jornalista e parceira de Bezos, em um voo exclusivamente feminino.
A iniciativa, celebrada como um marco de inclusão, também reacende debates sobre os rumos da exploração espacial comercial, cada vez mais dominada por interesses privados e estratégias de marketing.
Te podría interesar
Desde seu primeiro voo tripulado em 2021, quando o próprio Bezos embarcou na nave New Shepard, a Blue Origin transformou-se em palco para figuras públicas.
William Shatner, astro de Star Trek, tornou-se o humano mais velho a ir ao espaço aos 90 anos (2021). Michael Strahan, ex-jogador da NFL, e Coby Cotton, youtuber do Dude Perfect, também integraram missões anteriores.
Te podría interesar
Em 2024, Ed Dwight, primeiro candidato negro à NASA nos anos 1960, finalmente alcançou o espaço aos 90 anos — uma jogada simbólica que mescla reparação histórica com espetáculo midiático.
Apesar dos avanços tecnológicos, críticos questionam o custo social e ambiental desses voos. Cada lançamento da New Shepard emite até 30 toneladas de carbono, equivalente a 300 voos transatlânticos, segundo estudos.
Enquanto isso, o preço das passagens — estimado em milhões de dólares — reforça a percepção de que o espaço está se tornando um playground para bilionários e famosos, distante de propósitos científicos ou coletivos.
A rival SpaceX, de Elon Musk, segue caminho semelhante, mas com foco em missões orbitais mais complexas. Para especialistas, o risco é que a corrida pelo turismo espacial ofusque investimentos em pesquisas climáticas ou em soluções para desafios terrestres.
A Blue Origin defende que os voos inspiram novas gerações e financiam inovação. No entanto, a pergunta persiste: quem se beneficia, de fato, com a mercantilização do cosmos?