Das coisas importantes

Andrea Caldas: “Quem vota em Bolsonaro, ou se exime e permite que ele seja eleito, está inscrevendo seu nome como avalista do regime de supressão do direito à voz, mesmo em termos liberais”

Escrito en COLUNISTAS el
Eu tenho muitas críticas aos governos do PT e nunca as escondi. Fui militante, fui filiada e me desfilei quando não conseguia mais sustentar as posições majoritárias do partido. Não tenho nenhuma idolatria por Lula ou Haddad. Mas, precisamos entender que esta eleição é a mais dramática da história, depois da redemocratização do país. Infelizmente, o que está em jogo não é a oposição entre a direita e a esquerda, nem mesmo, o combate à corrupção - como se pode ver nas denúncias de Caixa 2 contra Bolsonaro. Trata-se do direito à voz e liberdade de expressão. Eu não tenho dúvidas - que tal como fiz com os governos do PT- estarei criticando eventuais medidas do governo Haddad. Ele não é o governo dos meus sonhos. A diferença é que se ele for eleito, eu poderei exercer o meu direito de crítica. Bolsonaro apresenta uma clara plataforma de combate aos currículos nas escolas e universidades. Combate abertamente gays, lésbicas, negros e indígenas. Seus apoiadores ameaçam jornalistas. O candidato faz declarada apologia à tortura e à violência militar. Quem vota em Bolsonaro, ou se exime e permite que ele seja eleito, está inscrevendo seu nome como avalista do regime de supressão do direito à voz, mesmo em termos liberais. Não, não se trata de socialismo. Trata- se da escolha entre barbárie e civilidade. Trata-se do legado que deixaremos para as próximas gerações.