A Datena, Bolsonaro diz que tem decreto para reabrir comércio e dispara: "Cada família que cuide dos seus idosos"

Enquanto o ministro da Saúde defendia a manutenção do isolamento em coletiva, Bolsonaro dava entrevista a Datena pregando o fim das quarentenas e dizendo que quem tem menos de 60 não tem com o que se preocupar

Reprodução/Bandeirantes
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Mesmo tendo marcado um pronunciamento em cadeia nacional para esta quarta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista por telefone ao apresentador do Brasil Urgente, da Band, José Luiz Datena.

Na conversa, que aconteceu simultaneamente à coletiva do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro voltou a defender a reabertura do comércio, enquanto o ministro seguiu defendendo as medidas de isolamento social para a contenção da pandemia do coronavírus.

De acordo com o presidente, ele já tem um decreto pronto para determinar a reabertura das "atividades essenciais". "Atividade essencial é toda aquela para um homem poder levar para a casa um prato de comida", afirmou, adicionando que estuda ainda se vai baixar ou não o decreto.

Segundo Bolsonaro, não pode haver toque de recolher. Ele defendeu ainda que correr no calçadão não tem nada demais e que quem tem menos de 60 anos não tem com o que se preocupar.

"Tenho falado com o Osmar Terra, que entende muito de H1N1 e ele diz que com ou sem isolamento o número de óbitos será grande. Com relação aos mais velhos, que cada família cuide dos seus idosos, não pode transferir isso para o Estado", disparou.

Em outro momento da entrevista, Datena perguntou a Bolsonaro se ele queria demitir Mandetta. Sem disfarçar, o capitão da reserva fugiu da pergunta de forma irônica: "Um beijo pra você, Datena".

Ao final da entrevista, Bolsonaro comentou sobre os panelaços que vêm sendo promovidos diariamente contra ele. O capitão da reserva ainda ameaçou convocar um panelaço contra a rede Globo, sem citar nominalmente a emissora.

"Sempre vai ter gente que não gosta de mim. Se, porventura, alguém promover um panelaço contra uma emissora de televisão que tá todo dia me criticando, vai fazer um barulho enorme.. Se eles continuarem estimulando isso.. Não é hora de derrubar presidente. É hora de unir. Lamento, faço minha parte, mas não devemos desperdiçar energia pra bater panela pra A, B ou C", afirmou.