Prefeitura de SP fecha atendimento na Cracolândia e transfere acolhidos em ônibus lotado

Orientação da OMS é que se evite aglomerações durante a pandemia do coronavírus, o que não foi visto na ação realizada pela prefeitura

Reprodução/G1
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A Prefeitura de São Paulo fechou nesta quarta-feira (8) o Atende 2, serviço de atendimento social na Cracolândia, que fica na região central da capital paulista. Os acolhidos do serviço foram transferidos em ônibus lotado para um novo espaço no Glicério.

Imagens da ONG Craco Resiste mostram uma grande aglomeração de pessoas entrando no ônibus da prefeitura. A ação contraria as principais orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prega o distanciamento e isolamento social como medidas contra a propagação do coronavírus.

O Atende 2 tinha uma estrutura com capacidade para acolher 300 pessoas ao longo do dia e 140 pessoas para pernoite, sendo 45 vagas femininas e 95 vagas masculinas, segundo o site da prefeitura. O local, no entanto, foi alvo de uma operação policial no início de março e que determinou o fechamento do serviço. Segundo a polícia, traficantes escondiam droga dentro do espaço.

Em entrevista ao G1, o advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, diz que o serviço deveria ser mantido. “Num momento que os serviços de saúde e sociais devem ser melhor estruturados e estarem mais acessíveis aos mais vulneráveis, a Prefeitura de São Paulo nesse caso está fazendo o contrário, deixando os frequentadores da Cracolândia ainda mais em situação de risco”, disse.

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