David Uip: Se falar que tomei [cloroquina], haveria corrida às farmácias, se disser que não, desacredito estudos

Em palesta online mediada pelo filho de João Doria, o médico infectologista explicou o motivo de não revelar seu tratamento para a Covid-19 e disse que os ataques de Bolsonaro "não têm o menor sentido"

David Uip em coletiva ao lado de João Dória (Divulgação/Governo de São Paulo)
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Em palestra online mediada por João Doria Neto, filho do governador João Doria (PSDB), na manhã desta quinta-feira (9), o médico infectologista David Uip contou os motivos de não revelar se usou ou não a cloroquina para se curar do coronavírus.

"Eticamente, seja qual for a resposta, não posso falar o que tomei para evitar causar algum dano para a sociedade. Não é uma quebra de transparência. Esse sigilo que eu me impus é para a proteção da sociedade: se eu falar que tomei, haveria uma corrida às farmácias porque estou vivo; se disser que não tomei, eu desacredito estudos que estão em andamento", disse Uip.

Secretário de Saúde de Doria, o médico vem sendo cobrado publicamente por Jair Bolsonaro para revelar se fez uso do medicamento, pregado obsessivamente pelo presidente para tratamento da Covid-19, mesmo sem comprovação científica.

Na live, Uip falou que está "sob ataques" e voltou a afirmar que teve a privacidade e sigilo violados, após a divulgação de uma receita médica em que ele receita a hidroxicloroquina para um paciente.

"Eu estou sob ataques, minha privacidade e sigilo foram violados (com a divulgação do prontuário em que ele mesmo se receitou a cloroquina). Minha família está abalada. Os ataques não têm o menor sentido: o meu único inimigo é o vírus”, disse.