Médicos chilenos afirmam que coronavírus no país está “fora de controle”

O país andino tem registrado mais de 4 mil novos contágios a cada 24 horas, e o sistema hospitalar começa a chegar no limite, como admitiu recentemente o próprio presidente Sebastián Piñera

Sebastián Piñera, cercado de ministros com máscaras (foto: Agência Uno)
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Nesta terça-feira, o Colégio de Médicos do Chile, organização que representa esses profissionais da saúde no país andino, emitiu um comunicado dizendo que considera que o surto do coronavírus no país está “fora de controle”

Par explicar essa posição, os médicos mencionam o fato de o país ter O país estar registrando mais de 4 mil novos contágios a cada 24 horas desde meados da semana passada, especialmente na Região Metropolitana de Santiago, que concentra 80% dos casos.

No total, o Chile tem 78 mil pessoas infectadas com a doença, e 806 mortes – com mais de 40 novas vítimas fatais por dia, segundo a média da última semana.

Segundo Cristóbal Cuadrado, secretário técnico do Departamento de Políticas de Saúde da Faculdade de Medicina do Chile, “infelizmente, temos que concordar que este é um surto fora de controle, pois o número de contagiados por milhão de habitantes que o Chile possui o coloca entre os países com os casos do mundo”.

Cuadrado acredita que o crescimento exponencial dos últimos dias “significa que tivemos erros na etapa anterior, que era a de evitar os contágios serão gerados”.

Tal situação coloca em xeque a estrutura dos hospitais chilenos, e nesse sentido, o próprio presidente Sebastián Piñera admitiu, em entrevista no domingo (24), que a disponibilidade de leitos em UTI e respiradores artificiais está em nível crítico, e que o governo tentará disponibilizar mais nos próximos dias, devido à exigência do momento.

O secretário Cuadrado, assim como todo o Colégio de Médicos do Chile, discorda da forma como o governo vem tratando essa crise. “Isso não pode ser superado com ventiladores mecânicos. A única maneira real de superar a epidemia é diminuir a cadeia de transmissão e isso é feito de duas maneiras: diminuindo as interações entre as pessoas e aumentando a capacidade de identificar as pessoas que têm coronavírus, para isolá-las efetivamente e rastrear todos os seus contatos”.