Após um milhão de casos, Bolsonaro volta a tratar coronavírus como gripezinha: “mais de 90% não sentem nada”

Declaração se deu na tradicional conversa com os seguidores em frente ao Palácio da Alvorada, a primeira após a prisão de Fabrício Queiroz. Na quinta, o presidente se manteve em silêncio, e desta vez, conversou, mas fugiu do tema de prisão do ex-assessor

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Nesta sexta-feira (19), o Brasil superou a triste marca de 1 milhão de casos de covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus, que já provocou mais de 48 mil mortes no país – ambos os números sem contar a também enorme subnotificação, só com os números oficiais. Mas quem pensa que esse recorde sensibilizou o presidente Jair Bolsonaro está muito enganado.

Na tradicional conversa com os seus seguidores na porta do Palácio do Alvorada, nesta mesma sexta, o mandatário voltou a tratar a doença como uma gripezinha, mas agora usando outros termos.

Após ouvir uma de suas fanáticas relatar que não pegou covid mesmo tendo supostamente convivido com duas pessoas que pegaram, Bolsonaro respondeu que “"você pode até ter pego (coronavírus) e nem sabe. Quase 90% não sentem quase nada. Nem sintoma de gripe tem”.

Apesar de tradicional, a conversa com apoiadores no Alvorada foi retomada nesta sexta, já que no dia anterior, durante as primeiras horas após a prisão de Fabrício Queiroz, o presidente preferiu se manter em silêncio, e evitar os questionamentos da imprensa, e também o seu público fiel.

No entanto, o retorno do bate-papo com os seguidores não mudou muito a postura, já que ele evitou comentar a prisão de Queiroz. Inclusive, deu instruções para que seu público fosse levado para outro lugar, longe do chamado “cercadinho”, onde ficavam antes próximo da imprensa, justamente para evitar perguntas dos jornalistas.