Ex-prefeito de Manaus diz que falta de oxigênio matou 28 pacientes em um único pronto-socorro

Em vídeo, Arthur Virgílio diz que mortes são assassinatos por asfixia “a la Hitler” e dirige declaração ao governador Wilson Lima; unidades de saúde amanheceram praticamente sem estoques do gás na cidade

Cilindro de oxigênio colocado em quarto de hospital de Manaus para ser dividido entre pacientes (Foto Reprodução)
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O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) afirmou em vídeo publicado no seu Instagram que 28 pacientes morreram por falta de oxigênio no Pronto-Socorro 28 de Agosto, na capital amazonense. Os hospitais da cidade amanheceram praticamente sem estoques de oxigênio nesta quinta-feira (14).

“É com muita tristeza que eu me dirijo a você hoje. 28 pessoas mortas por falta de oxigênio só no [PS] 28 de agosto”, afirmou o ex-prefeito.

A Fórum teve acesso a áudios trocados em grupos de Whatsapp de médicos da capital amazonense que relatavam 19 mortes no Pronto-Socorro 28 de Agosto entre a 0h e as 8h desta quinta-feira. A publicação de Virgílio foi por volta das 15h.

No vídeo, o ex-prefeito diz que, em sua opinião, o atual governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), é o pior que o estado já teve. E completou: “O senhor está praticando assassinato. E o pior: assassinato a la Hitler. Assassinato tipo câmara de gás. Assassinato por asfixia. O pior tipo. O mais doloroso. O mais cruel. O mais perverso”.

 Veja abaixo.

Falta de oxigênio

A falta de oxigênio atingiu praticamente todos os hospitais de Manaus nesta quinta-feira (14). O presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Viana, relatou em um vídeo a situação de guerra vivida na capital amazonense. Ele apelou para que oxigênio de outros estados seja transportado à cidade “em caráter de guerra”.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que o consumo diário de oxigênio chegou neste mês a 76,5 mil metros cúbicos, enquanto a produção da empresa responsável pelo abastecimento é de cerca de 28,2 mil metros cúbicos. Por isso, a pasta disse que o governo estadual foi buscar o produto até fora do estado.

Visita de Pazuello

A calamidade acontece na mesma semana em que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve na capital amazonense para verificar a situação do atendimento a pacientes com Covid-19. A cidade teve alta no número de internações devido à doença e vive explosão no número de casos e mortes devido ao novo coronavírus.