Sociedade Brasileira de Pediatria defende em manifesto vacinação de crianças

A entidade afirma ainda que as mortes da população pediátrica por covid-19 não estão "em patamares aceitáveis”

Vacinação de crianças e adolescentes (Foto: Cristine Rochol/PMPA)
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Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) defendeu, em manifesto divulgado nesta sexta-feira (24), a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Além disso, a entidade disse que as mortes da população pediátrica por covid-19 não estão "em patamares aceitáveis”

No texto, a SBP pede pela “urgente implementação de estratégias” para reduzir risco de complicações, hospitalizações e mortes do público infantojuvenil pela doença.    

“Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis”, diz o manifesto da SBP. “Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo”, diz o texto.

Alto número de mortes

A instituição destacou ainda que, desde o início da pandemia, 2.500 pessoas de zero a 19 anos morreram por conta da doença, mais de 300 delas confirmadas no grupo de 5 a 11 anos. 

A sociedade também cita as sequelas do quadro. A SBP apontou que há mais de 1.400 casos confirmados de Síndrome Inflamatória Multissistêmica (quadro grave de tratamento hospitalar, que se manifesta semanas após a infecção) em crianças, com mediana de idade de 5 anos. Ao menos 85 morreram por complicações neurológicas, cardiovasculares e respiratórias da síndrome, indicou.

A vacinação se apresenta como alternativa, de acordo com a entidade, para “controle e prevenção destes desfechos da doença e que está ao alcance dos responsáveis pelas políticas públicas de saúde do nosso País”. O imunizante, continua o manifesto, apresentou “elevada eficácia” nos estudos clínicos e nos testes no mundo real. 

“O Brasil se encontra diante de hospitalizações, sequelas e mortes que são passíveis de prevenção em sua grande maioria”, destacou. “Ignorar este fato, minimizar sua importância e afirmar que elas são aceitáveis não são atitudes esperadas das autoridades. A sociedade espera e merece outro tipo de postura e de compromisso com a saúde das crianças e adolescentes do Brasil”, finalizou.

Com informações do Estadão