A vacina contra o coronavírus que está sendo desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), caso seja aprovada pelos testes de eficácia, poderá ser fabricada totalmente no Brasil, sem a necessidade da aquisição de insumos importados, de acordo com reportagem de Célio Yano, na Gazeta do Povo.
Os pesquisadores da UFPR usam o polihidroxibutirato (PHB), estudado há três décadas na universidade como substituto de similares derivados do petróleo. Trata-se de um tipo de polímero (macromolécula formada a partir de unidades estruturais menores) produzido por bactérias, recoberto com partes da proteína Spike, que é a que liga o vírus Sars-Cov-2 às células humanas, causando a infecção e a Covid-19.
Além de mais fácil de se encontrar, tem um custo bem inferior de fabricação em comparação às substâncias usadas nas vacinas já disponíveis no mundo.
“A estrutura necessária para produzir o polímero é básica. Comparado ao cultivo de células humanas infectadas pelo vírus, o cultivo de bactérias é muito mais simples. Temos indústria aqui no Brasil que produz a molécula. Além disso, não se trata de um material com alta demanda, ou seja, não há risco de escassez no mercado”, explica Marcelo Müller dos Santos, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da universidade e um dos responsáveis pelo estudo.
Em humanos
A vacina da UFPR está na fase pré-clínica, ou seja, ainda não são realizados testes em humanos. No entanto, os testes em camundongos, que receberam doses do imunizante, têm se mostrado satisfatórios.
A última etapa que falta para que os testes com humanos tenham início é o chamado ensaio de neutralização, que confirmará se os anticorpos realmente neutralizam a entrada do vírus no organismo.