Aziz enquadra Pazuello e promete que "se ele mentir, sairá algemado" da CPI

“Se ele tiver um habeas corpus, eu não poderei prendê-lo. Manda ele sem habeas corpus lá, ele não vai brincar mais com a CPI e a população brasileira”, declarou o senador e presidente da comissão

Omar Aziz - Foto: Leopoldo Silva/Agencia Senado
Escrito en CORONAVÍRUS el

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI do Genocídio, demonstrou indignação em relação à conduta do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

“Não posso afirmar que vou prendê-lo, mas pode ter certeza que, se ele mentir... Se ele tiver um habeas corpus, eu não poderei prendê-lo. Manda ele sem habeas corpus lá, ele não vai brincar mais com a CPI e a população brasileira”, declarou Aziz, em entrevista a Fabíola Cidral, Josias de Souza e Thaís Oyama, no UOL.

“O desrespeito não foi a mim e aos senadores. Foi um desrespeito à sociedade brasileira e ao Exército brasileiro. Se ele mentir, sairá algemado de lá”, destacou Aziz.

“Quando eu digo ‘no máximo o presidente mentiu, e mentira não leva ninguém à cadeia’, é baseado no que o Pazuello falou. O presidente, um dia, diz que quem manda é ele e que não vai comprar vacina nenhuma. Aí o Pazuello chega, a gente faz essa pergunta e ele diz: ‘não, eu nunca recebi essa ordem, por isso estava negociando a vacina’. Foi baseado nisso”, explicou Aziz, se referindo ao requerimento que pede um novo depoimento de Pazuello.

O presidente da CPI ressaltou, também, que, ao contrário do que ocorreu na oitiva de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, que teve a prisão pedida pelo relator da comissão, Renan Calheiros (MDB), o que foi descartado por Aziz, hoje a situação seria diferente.

“A atitude que eu tomei em relação ao Fabio Wajngarten... Os próximos depoentes não esperem que eu tenha a paciência. Se eu amanhã tomar a decisão de prender um depoente mentiroso, pode ter certeza que a CPI não acabará. Acabaria [no episódio de Wajngarten] porque estava no início. Hoje, não. Hoje, está consolidada“, alegou.

Aglomeração

A solicitação para que o ex-ministro fale novamente à CPI foi reforçada depois de sua participação em um ato de apoio a Jair Bolsonaro, domingo (23), no Rio de Janeiro. O presidente e Pazuello ficaram o tempo inteiro sem máscara de proteção contra a Covid-19 no evento, marcado por aglomeração.

“Lógico que isso vai ser analisado pela CPI, não tenha dúvida”, afirmou Aziz. Ele classificou os apoiadores de Bolsonaro que participaram do ato como “motoqueiros do apocalipse” e destacou que “preencher o ego do presidente não vai salvar vidas”.