CORONAVÍRUS

Covid-19: Homem toma ivermectina e morre após obter o direito de usar o remédio

Esposa de morador da Pensilvânia foi à Justiça estimulada por um serviço de telemedicina pró-Donald Trump, que comercializa prescrições para ivermectina

Darla e Keith Smith.Créditos: Reprodução
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A esposa de um morador da Pensilvânia, nos Estados Unidos, recorreu à Justiça para que o marido, de 52 anos, tivesse o direito de se tratar de Covid-19 usando o medicamento ivermectina.

A Justiça decidiu em favor do casal. Com isso, Keith Smith recebeu duas doses do remédio antes de seu quadro clínico piorar e o médico interromper o tratamento. Resultado: ele morreu sete dias depois da primeira dose.

Smith foi diagnosticado e precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em coma induzido. Como seu quadro de saúde piorava, Darla Smith, a esposa, procurou na ivermectina a solução para o caso do marido.

Conforme informações do jornal The Independent, a mulher foi estimulada por postagens nas redes sociais feitas por grupos conservadores, impulsionados por um serviço de telemedicina pró-Donald Trump, que comercializa prescrições para ivermectina.

Medicamento não tem eficácia no tratamento da Covid

Contudo, o medicamento é proibido para o tratamento do coronavírus em hospitais nos Estados Unidos, justamente por não apresentar eficácia, além de oferecer riscos a quem toma para tratar a Covid.

O infectologista Marcos Caseiro não se cansa de ressaltar a importância de sempre se respeitar o conhecimento científico.

“Nós estamos vivendo a pior crise sanitária da história. O planeta simplesmente parou por conta de um vírus, uma coisa invisível. E esse cenário tem exposto muitas coisas, como a fragilidade do ser humano. A gente vive um mundo distópico. As pessoas falam o que querem e há uma fragilidade enorme do conhecimento científico, com tantos médicos, tantos profissionais de saúde, tantas pessoas estudadas pondo uma série de fatores em xeque”, afirma Caseiro.