"A gente sabe que não está ainda comprovado cientificamente, mas…", diz Bolsonaro sobre cloroquina

Para justificar o uso do medicamento sem anuência dos pesquisadores, Bolsonaro citou uma história, em que diz que soldados usaram água de coco "na veia" para substituir soro em uma guerra no Pacífico. "Aqui a mesma coisa"

Foto: Marcos Corrêa/PR
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Em conversa com apoiadores na manhã desta quinta-feira (9) em frente ao Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro admitiu que o uso da cloroquina para combate ao coronavírus, pregado obsessivamente por ele, não tem comprovação científica, como já alertado por diversos médicos e pelo próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS).

"Tem médico que usa. Tá usando tem quase dois meses. A gente sabe que não está ainda comprovado cientificamente, mas…", disse sem completar a frase, segundo a Agência Estado.

Para justificar o uso do medicamento sem anuência dos pesquisadores, Bolsonaro citou uma história, em que diz que soldados usaram água de coco "na veia" para substituir soro em uma guerra no Pacífico.

"Eu contei uma história bacana da guerra no Pacífico. O soldado chegava sem sangue e não tinha transfusão, não tinha outro para doar. Então, o pessoal lá botou água de coco na veia e deu certo. Serviu como soro, imagina se fosse esperar uma comprovação científica, quantos não morreriam? Aqui a mesma coisa", afirmou.

Bolsonaro ainda reclamou do que chamou de "guerra ideológica" sobre o uso da hidroxicloroquina. "Isso é uma guerra ideológica em cima disso, guerra de poder. Se o pessoal me ajudasse um pouquinho, não me atrapalhasse - não estou me refiro a A, B ou C -, o Brasil ia embora".