Alberto Fernández estende quarentena na Argentina: "Melhor ter mais 10% de pobres do que 100 mil mortos"

Presidente argentino defende que dilema entre economia e saúde é falso. "Da morte não se volta, mas da economia, sim", disse

Alberto Fernández (foto: Agência Télam)
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Em entrevista à Net TV, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou aqueles que dizem existir um dilema entre "economia e saúde" quando o assunto é combate ao coronavírus. Para ele, é melhor ter mais 10% de pessoas pobres no país do que 100 mil mortes. Segundo o mandatário, o primeiro é reversível; o segundo, não.

Fernández anunciou neste sábado (11) a extensão da quarentena obrigatória no país até 26 de abril. O país implementou uma das medidas mais rigorosas adotadas no mundo para conter a disseminação do coronavírus, com a proibição total de cidadãos de saírem às ruas - com exceção de idas aos supermercados, farmácias, hospitais e postos de gasolina.

"Prefiro ter mais 10% de pessoas pobres e não 100 mil mortes na Argentina devido a coronavírus. Aqueles que reproduzem o dilema entre economia e saúde estão dizendo algo falso. Sei que preciso preservar pequenas e médias empresas também", comentou Fernández na entrevista.

Com relação à ampliação da quarentena, Fernández comentou que vai preservar aqueles que "produzem e exportam", pois o dinheiro é importante para comprar respiradores para os hospitais do país.

"Tudo o que continuo prestando atenção, nunca negligenciei", continuou. "Mas não me peça que finja que nada está acontecendo, porque algo muito sério está acontecendo aqui e, portanto, não posso fingir diante disso", finalizou.

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