Aliado de Bolsonaro, Orbán aproveita coronavírus para instalar ditadura na Hungria

"Esse projeto criaria um estado de emergência indefinido e descontrolado e daria a Viktor Orbán e ao seu governo carta branca para restringir os direitos humanos", criticou a Anistia Internacional

Bolsonaro com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (Reprodução)
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O primeiro-ministro de extrema-direita da Hungria, Viktor Orbán, se aproveitou do surto do novo coronavírus para instaurar um regime autoritário no país nesta segunda-feira (30).

Orban conseguiu fazer com que o Parlamento do país aprovasse um estado de emergência sem prazo de duração, permitindo que ele tenha poderes irrestritos e possa governar por decreto.

A medida foi criticada por partidos de oposição, entidades de direitos humanos e pelo Conselho da Europa - órgão que reúne 47 países do continente europeu, incluindo os 27 membros da União Europeia.

"Esse projeto criaria um estado de emergência indefinido e descontrolado e daria a Viktor Orbán e ao seu governo carta branca para restringir os direitos humanos", disse Dávid Vig, diretor da Anistia Internacional na Hungria, em entrevista ao The Guardian. "Esta não é a maneira de lidar com a crise real que foi causada pela pandemia de Covid-19", completou.

Segundo o governo, a lei apenas autoriza os ministros a adotarem apenas as medidas necessárias para combater o vírus, e o parlamento poderia revogar os poderes especiais.

Entre as medidas previstas no texto está a pena de prisão de até cinco anos para quem for contra as medidas que impedem a disseminação do vírus e para quem disseminar de informações falsas relacionadas à crise.

Segundo o Centro de Estudos do Coronavírus, da Universidade Johns Hopkins, o país registra 447 casos confirmados de Covid-19 e 15 mortos em decorrência da doença. A Hungria está em quarentena parcial.

Com informações do O Globo e do RT

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