Anvisa autoriza estudo sobre proxalutamida contra a Covid-19; remédio foi citado por Bolsonaro

Medicamento também é testado em pacientes com câncer de próstata e mama. Anvisa também autorizou estudo com terceira dose da vacina AstraZeneca em 10 mil voluntários

Diretores da Anvisa (Foto Divulgação/Anvisa)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta segunda-feira (19) que autorizou a realização de estudos "para avaliar a segurança e a eficácia do medicamento proxalutamida na redução da infecção viral causada pelo novo coronavírus e no processo inflamatório provocado pela Covid-19".

"O estudo é patrocinado pela empresa Suzhou Kintor Pharmaceuticals, sediada na China, e será realizado na Alemanha, Argentina, África do Sul, Ucrânia, México, Estados Unidos e Brasil, onde participarão 12 voluntários do estado de Roraima e outros 38 de São Paulo", afirmou a agência.

O medicamento foi citado por Jair Bolsonaro (Sem partido) neste domingo (18) em entrevista após obter alta médica do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde foi submetido a um tratamento para desobstrução intestinal.

“Tem uma coisa que eu acompanho há algum tempo, e nós temos que estudar aqui no Brasil. Chama-se proxalutamida. Já tem uns três meses que isso aí… Não tá no mercado, é uma droga ainda em estudo, sendo estudada", afirmou Bolsonaro, após voltar a falar em cloroquina e ivermectina.

Segundo a Anvisa, "trata-se de um estudo de fase III, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, para avaliar a eficácia e a segurança da substância em participantes ambulatoriais do sexo masculino com Covid-19 leve a moderada (Protocolo GT0918-US-3001)".

A proxalutamida é um medicamento anti-androgênico que é estudado para o tratamento de cânceres na próstata e na mama.

AstraZeneca
No mesmo comunicado, a Anvisa ainda informou que foi autorizado um estudo com 10 mil voluntários para avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade de uma terceira dose da vacina da AstraZeneca.

"A terceira dose da vacina da AstraZeneca será aplicada entre 11 e 13 meses após a segunda dose. Serão incluídos voluntários com idade entre 18 e 55 anos, que estejam altamente expostos à infecção com o novo coronavírus, como profissionais de saúde", diz a Anvisa, afirmando ainda que o estudo será patrocinado pela fabricante e aplicado apenas no Brasil.