Contrário à flexibilização da quarentena - que ele denomina como "plano de sacrifício -, Atila Iamarino, doutor em ciências pela Universidade de São Paulo (USP), compartilhou nas redes sociais a fraude cometida pelo governo Jair Bolsonaro na contagem de recuperados pelo coronavírus no Brasil, número amplamente divulgado pelo Ministério da Saúde.
Após criticar uma publicação do portal R7, da Rede Record de Edir Macedo, que comemora o número de recuperados da Covid-19, Atila compartilhou um tuíte em que Marcelo Oliveira, que faz parte do Grupo Interdisciplinar de Divulgação e Informações Científicas sobre a Covid-19, pontua a diferença entre a contagem de curados da doença usada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.
"Comparando laranjas e maçãs também, veja a definição de recuperado:
OMS - 2 resultados RT-PCR negativos em 2 dias seguidos
Brasil - Quem entrou no SIVEP-Gripe e não morreu depois de 14 dias.
Isso é explicado na área "Sobre" no painel do MS", tuitou Oliveira, revelando que a OMS considera recuperado da Covid-19 quem realizou dois testes negativos seguidos da doença. Já o governo Bolsonaro considera recuperado todo aquele que deu entrada no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e não morreu após o prazo de desenvolvimento da doença.
"Ficou doente e não morreu fala muito sobre o grau de cuidado. 'Brasil lidera ranking de sobreviventes na fila'", completou Atila ao compartilhar o tuíte.
Minutos antes, o biólogo levantou suspeitas e ironizou a reportagem da Record, que tem como manchete: "Brasil é 2º com maior número de curados da Covi-19 no mundo".
"É como se orgulhar de ter o maior número de baleados sobreviventes", tuitou Atila. “Brasil também lidera o ranking da vida, com menos mortes acidentes com alces, ataques de leões, avalanches, vulcões ativos e atropelamentos por carros autônomos”, ironizou.