Bolsonarista, associação de PMs de SP diz que não prenderá quem desobedecer isolamento

A Defenda PM disse que irá seguir as orientações da Advocacia-Geral da União do governo do presidente Jair Bolsonaro; em 2018, a organização pediu voto para o ex-capitão

Bolsonaro e João Dória (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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A Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da Polícia Militar (Defenda PM) publicou uma nota nesta segunda-feira (13) contrariando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no que diz respeito à orientação de prender quem desrespeitar quarentena.

Em texto intitulado "QUANTO À ILEGALIDADE DE PRISÕES POR DESOBEDIÊNCIA AO ISOLAMENTO SOCIAL", a organização afirma que o isolamento social é apenas uma "recomendação" e não um "ordem", e, por conta disso, vai seguir o que diz a Advocacia-Geral da União do governo Bolsonaro.

"Prisões de cidadãos e restrições não fundamentadas na Constituição Federal abrem caminho para o abuso e para o arbítrio", diz trecho da nota que ainda aponta que "corremos o risco de ver brotar uma medida inconstitucional que poderá ter apelo social dado o desespero em que se encontram nossos concidadãos".

"Ao posicionar-se ao lado do advogado-geral da União, André Mendonça, a DEFENDA PM defende a Constituição Federal, o Estado Democrático de Direito e os cidadãos que serão privados de seus direitos por medidas ilegais e arbitrárias. Não é isto o que governados esperam de seus governantes", diz ainda.

A Defenda PM tem um histórico de críticas ao governador João Doria e de adesão ao presidente Jair Bolsonaro. Nas eleições de 2018, a organização pediu voto para então presidenciável e foi contra o candidato do PSDB ao governo paulista. Segundo eles, o PSDB é um partido de esquerda.

"Vamos eleger em São Paulo o governo contra o PSDB e vamos confirmar e eleger o nosso grande líder Jair Bolsonaro presidente", diz o presidente da Defenda PM, Coronel Miller, em vídeo publicado no site da organização em outubro de 2018.