Bolsonaro faz exame cardíaco duas vezes por dia para monitorar efeitos colaterais de cloroquina

Além de não apresentar eficácia comprovada contra a Covid-19, medicamento pode causar arritmia

Bolsonaro com a cloroquina - Foto: ReproduçãoCréditos: Presidência da República
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O presidente Jair Bolsonaro tem realizado exames de eletrocardiograma duas vezes ao dia para monitorar possíveis efeitos colaterais da hidroxicloroquina, medicamento que está utilizando para tratar sua infecção por coronavírus.

Além de não apresentar eficácia comprovada contra a doença, o remédio tem como possível efeito colateral a alteração na frequência cardíaca. A Organização Mundial da Saúde (OMS) havia suspendido seus testes com a cloroquina após estudos apontarem o risco de arritmia.

A quantidade de exames cardíacos realizados por Bolsonaro, no entanto, é superior ao recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para pacientes que usam a cloroquina como tratamento para a Covid-19. A entidade pede para que sejam realizados exames no primeiro, terceiro e quinto dias do tratamento com o medicamento.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, quatro funcionários que trabalham no Palácio do Planalto também estão com suspeitas de Covid-19. Dois tiveram febre, sendo um deles a secretária que cuida da agenda do presidente.

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Um dia depois de seu diagnóstico positivo para Covid-19, o presidente publicou um vídeo na tarde de terça-feira (7) tomando hidroxicloroquina. O ex-capitão disse ainda que tem remédios melhores, mas que confia no medicamento.

“Sabemos que nenhum tem a sua eficácia cientificamente comprovada, mas mais uma pessoa que está dando certo”, disse o presidente, que chega a rir antes de tomar o medicamento.