Bolsonaro mente sobre remédio para Covid-19, diz Fernanda Melchionna sobre críticas do presidente à ação do PSOL

Em conversa com apoiadores, Bolsonaro criticou o PSOL por supostamente entrar com ação na Justiça proibindo o tratamento precoce a base de cloroquina e ivermectina

Fernanda Melchionna - Foto: CMPACréditos: Divulgação
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A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RJ), uma das signatárias da ação judicial que tenta barrar a distribuição do "kit Covid" - com cloroquina e ivermectina - em Porto Alegre, criticou duramente Jair Bolsonaro (Sem partido) que, em conversa com apoiadores na manhã desta quinta-feira (14), atacou o PSOL por supostamente entrar com o processo proibindo o tratamento precoce.

"Bolsonaro comete uma sucessão de equívocos e é difícil acreditar que não sejam intencionais. Pede para não politizar a pandemia, mas tem mentido ao povo sobre a existência de um remédio para a Covid-19, levando ao risco de vida milhões de pessoas com o objetivo de esconder sua própria incompetência. Tem travado uma batalha contra a ciência e a saúde pública, desacreditando pesquisadores e desestruturando o SUS quando ele é mais necessário. Fez mudanças no Ministério da Saúde gerando ainda mais crise e escolheu um ministro sem experiência na área que tem acumulado episódios de má gestão ao lidar com a vacina e a compra de insumos para aplicação. Se tem uma pessoa que politiza a vacina, é Bolsonaro, justamente quando mais de 7 milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo inteiro e nenhuma delas no Brasil graças à incompetência e negacionismo dele", disse a deputada em declaração à Fórum.

Fernanda disse que a ação movida contra o prefeito Sebastião Mello (MDB) - que move juntamente com os vereadores Pedro Ruas, Matheus Gomes, Karen Santos e Roberto Robaina, além do ex-vereador Alex Fraga e a deputada estadual Luciana Genro - diz respeito exclusivamente à Porto Alegre, e não a todas as prefeituras, como insinuou Bolsonaro.

"A ação foi organizada pelo líder do PSOL na Câmara Municipal de Porto Alegre, Roberto Robaina, e assinada por mim com a deputada estadual do RS Luciana Genro e os vereadores Pedro Ruas, Karen Santos, Matheus Gomes e o suplente Alex Fraga. O presidente disse, de forma errônea, que a ação visa atingir todas as prefeituras, quando na verdade se refere apenas à Capital, e que se deve parar de 'politizar a pandemia'", afirmou.

Fernanda ainda afirmou que o PSOL continuará resistindo ao negacionismo de Bolsonaro diante da pandemia, que tirar o presidente é "uma medida sanitária para o país".

"Continuaremos resistindo a ele, como fizemos para garantir o auxílio emergencial de R$600, que ele não queria dar. Mas a verdadeira solução que precisamos nesse momento é a saída de Bolsonaro do governo. A cada dia que passa, ele coloca o Brasil em mais risco. Tirar Bolsonaro é uma medida sanitária para o país".

Politização
Em conversa com apoiadores, Bolsonaro admitiu que há um "problema sério em Manaus", cidade que decretou estado de calamidade pública em meio à segunda onda de Covid-19, que explodiu após as festas e a reabertura do comércio no fim do ano.

"Desculpa não poder gravar. Estamos com problema sério em Manaus. Tratando à noite, de madrugada", afirmou Bolsonaro, que criticou o PSOL por supostamente entrar com ação na Justiça proibindo o tratamento precoce.

"E agora estamos com uma informação, e vou confirmar se é verdadeira ainda, que o PSOL teria entrado com uma ação na Justiça para que os prefeitos não dêem o tratamento precoce a quem procurar", disse o presidente, emendando que, "se for verdade isso ai, acho que, pelo amor de Deus, é hora de parar de politizar esse negócio ai".