Butantan e Fiocruz estão em alerta com falta de insumos da China

O estoque do princípio ativo da Coronavac, em São Paulo, só permitirá a formulação e o envase até o fim de janeiro

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O Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz Brasil estão em alerta pelo represamento de insumos para a produção da Coronavac promovido pelo governo da China. De acordo com reportagem de Igor Gielow, na Folha de S.Paulo, o estoque de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), o princípio ativo da Coronavac, em São Paulo, só permitirá a formulação e o envase até o fim de janeiro.

No Rio de Janeiro, em relação à vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford, a entrega do produto nem começou, apesar de ser esperada desde o ano passado.

O estoque do Butantan é de 6 milhões de doses (1,5 milhão ainda a rotular), entre seringas prontas vindas da China e ampolas com a vacina formulada e envasada no órgão.

Há ainda insumos que totalizam mais 4,8 milhões de doses até 31 de janeiro. Depois disso, se não houver reposição, acabou. A última remessa de insumos que chegou ao país foi na virada do ano.

O contrato entre São Paulo e a Sinovac, fabricante da vacina, no valor de quase R$ 500 milhões, prevê 46 milhões de doses até abril, com opção a negociar para mais 15 milhões, e a transferência de tecnologia para a fabricação do IFA no Brasil.

Mais 11 mil litros do IFA chegariam ao Brasil neste mês, quantidade suficiente para mais de 18,3 milhões de doses formuladas aqui. A carga, no entanto, está parada no aeroporto de Pequim.

Para a liberação, há uma negociação que diplomatas e o escritório de São Paulo em Xangai. A expectativa é que a carga ela seja dividida em dois para acelerar os trâmites.

A situação não Fiocruz também não é boa. A fundação tem um contrato para a aquisição de 100,4 milhões de doses com transferência de tecnologia do IFA, da vacina de Oxford. No caso, o governo federal se comprometeu a pagar R$ 1,9 bilhão.

Era esperada para dezembro e, depois para 12 de janeiro primeira carga de 1 milhão de doses. Não chegou. Contratualmente, metade das 100,4 milhões de doses deveria chegar ao país até abril e o resto até junho, para garantir vacinação até a produção nacional começar.

A saída, nos dois casos seria a produção de vacinas a partir do zero localmente. Os institutos preveem que isso ocorrerá a partir de meados do ano.

Por questões diplomáticas, já que a embaixada do Brasil foi acionada em Pequim para tentar entender quais as razões para a retenção das cargas, nenhum dos institutos científicos fala oficialmente sobre o assunto.

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