Cármen Lúcia mantém decisão da CPI sobre quebra de sigilos de Ricardo Barros

A comissão investiga a relação do líder do governo Bolsonaro na Câmara com a Precisa Medicamentos, empresa que representou no Brasil a Covaxin

Ricardo Barros - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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Cármen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a decisão tomada pela CPI do Genocídio, que quebrou os sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático do líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR).

A ministra negou liminar pedida pela defesa de Barros. Porém, ressaltou que os dados obtidos devem ficar limitados somente aos senadores integrantes da comissão, além do próprio Barros e seus advogados, de acordo com reportagem de André de Souza e Mariana Muniz, em O Globo.

Cármen Lúcia relatou que uma CPI tem poder para determinar quebras de sigilos. No caso específico de Barros, a comissão alegou a necessidade da medida. A decisão é liminar, ou seja, temporária, e o caso ainda será avaliado de forma mais profunda pela ministra.

A CPI investiga a relação de Barros com a Precisa Medicamentos, empresa que representou no Brasil a Covaxin, vacina indiana contra a Covid-19. Este foi o imunizante mais caro a ter contrato fechado com o Ministério da Saúde, ao custo de U$ 15 a dose. A negociação foi suspensa pela pasta depois que o caso se tornou público.

Improbidade

Quando o deputado e líder de Bolsonaro foi ministro da Saúde no governo de Michel Temer (MDB-SP), a pasta fez negócio com a empresa Global, que recebeu pagamento adiantado. Porém, não forneceu os medicamentos previstos. Em consequência, Barros é alvo de processo por improbidade administrativa na Justiça Federal. O detalhe é que a Global é sócia da Precisa.