China acelera desenvolvimento de cinco vacinas e promete ter uma disponível já em setembro

Enquanto isso, na Europa, dois projetos tiveram seus primeiros resultados positivos, um na Alemanha e outro no Reino Unido, ambos em testes com animais

Reprodução/TV estatal chinesa
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Apesar das acusações por parte dos Estados Unidos e outros países ocidentais de ser a culpada pela pandemia (ou talvez justamente por causa disso), a China tem acelerado seus projetos para o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus.

Até o momento, são cinco os projetos em andamento, dos quais ao menos um, que já está em sua segunda fase de testes em humanos, poderia estar disponível para o público já em setembro, segundo as autoridades chinesas.

Esse projeto mais adiantado é baseado em um processo mais heterodoxo, utilizando um adenovírus, que funcionaria como vetor do SARS-CoV-2, mas que tem mostrado resultados positivos de imunização para o coronavírus, segundo os cientistas. O produto vem sendo trabalhado pela Academia Militar de Ciências Médicas do Exército Chinês, em colaboração com a empresa CanSino BIO.

Os demais projetos seguem o processo tradicional, de utilizar o verdadeiro vírus SARS-CoV-2, em uma versão fragilizada e capaz de fazer o sistema imunológico “aprender” a combatê-lo. Porém, esses medicamentos devem estar prontos apenas em dezembro, ou talvez em 2021, segundo o governo chinês.

Zeng Yixin, vice-ministro de Saúde da China, afirmou que “o progresso (dos cinco projetos) está bem encaminhado, e há uma boa cooperação entre serviços de saúde, hospitais e institutos de pesquisa. Ademais, contamos com 2,5 mil voluntários participando dos diferentes projetos, e entre os que já foram testados em humanos, não foi relatado nenhum efeito adverso importante”.

Vacinas europeias

Enquanto isso, na Europa, duas candidatas a vacina publicaram recentemente seus resultados em testes realizados em animais.

Uma vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, provada em macacos da raça rhesus, se mostrou capaz de impedir a ação do vírus contra os pulmões dos animais testados. Ou seja, transformou a doença em uma “gripezinha”, uma infecção menos perigosa – já que a capacidade de mortalidade do coronavírus está atrelada à sua ação nos pulmões.

A vacina, cujo nome científico provisório é ChAdOx1 nCoV-19, já está em fase de teste em humanos, mas ainda não há resultados divulgados sobre esta nova etapa.

Já o projeto do laboratório alemão CureVac, também teve resultados favoráveis em testes com macacos. Em comunicado, a empresa afirmou que “uma pequena dose da vacina tem o potencial de produzir uma forte resposta imunológica para neutralizar o SARS-CoV-2”.

A vacina da CureVac foi alvo de polêmica em meados de março, quando alguns meios afirmaram que o governo dos Estados Unidos teria oferecido 1 bilhão de dólares para que o país pudesse adquirir o produto de forma exclusiva, situação que foi criticada pela chanceler alemã, Angela Merkel, posteriormente.