Com desemprego recorde no Brasil, fábricas de caixões contratam funcionários por causa de demanda na pandemia

Com mais de 14,3 milhões de desempregados no país, fábricas de caixões contratam empregados e aumentam turnos para dar conta da demanda. No total, mais de 1,5 milhão de brasileiros morreram durante a pandemia, incluindo as mais de 350 mil vítimas da Covid-19

Caixões expostos em feira funerária no Rio Grande do Sul (Reprodução/Facebook)
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Reportagem da BBC nesta quarta-feira (14) revela que, diante do recorde de 14,3 milhões de desempregados registrado em março, as fábricas de caixões do país estão contratando e aumentando a força de trabalho para atender a demanda provocada pela pandemia, que já matou mais de 358 mil brasileiros.

Segundo estimativa da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), entre março de 2020 e fevereiro de 2021, período da pandemia, o país registrou no total mais de 1,5 milhão de mortos, recorde histórico neste intervalo de tempo.

"Estou no ramo há 24. Claro que tem picos todos os anos, mas nada se compara com isso. Nunca teve algo assim", disse Leandro Ringon, dono de uma fábrica de urnas funerárias no Rio Grande do Sul, que foi criada pelo pai há 31 anos.

O empresário diz ter contratado mais de 20 funcionários no último ano e a fábrica também passou a funcionar uma hora a mais todos os dias, além de sábados e feriados.

"A demanda mais do que dobrou, e estamos fazendo tudo que a gente pode para aumentar a produção para conseguir atender todo mundo", disse à reportagem Antônio Marinho, presidente de uma das maiores empresas do setor, que fica no interior de São Paulo, que aumentou em 10% a equipe, com contratação de 15 funcionários recentemente.

Os fabricantes reclamam da falta de matéria-prima, como madeira, compensado, aço, plástico e tecido.

"Os fabricantes ainda estão conseguindo atender os pedidos, mas estão reduzindo as entregas. Março deve ser o pior mês e provavelmente vai dar uma melhorada em abril, mas ainda vai ser difícil", afirma Gisela Adissi, presidente da Associação dos Cemitérios e Crematórios Privados do Brasil (Acembra).

Leia a reportagem completa na BBC Brasil