Com empresários, Bolsonaro e Guedes pressionam Toffoli por "volta à normalidade": Economia vai colapsar

No pico da pandemia do coronavírus, representantes da indústria fizeram coro com Bolsonaro por fim do isolamento social. "Brasil corre o risco de virar Venezuela", disse Guedes

Jair Bolsonaro com Paulo Guedes e empresários em reunião com Dias Toffoli no STF (Reprodução)Créditos: Reprodução/Youtube
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Em reunião de última hora com representantes de cerca de 45% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o ministro da Economia Paulo Guedes, Jair Bolsonaro pressionou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, pela "volta à normalidade" diante do pico da pandemia do coronavírus, que já matou mais de 8 mil pessoas e infectou 110 mil em todo o país.

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"A razão da vinda dos empresários aqui eu diria o seguinte: todos nós queremos é que o Brasil voltar à normalidade. Preocupados com a vida. E a preocupação com emprego também é vida", disse Bolsoanro.

Antes de Bolsonaro, Guedes traçou um panorama da economia que, segundo ele, corre o risco de colapsar e "transformar o Brasil numa Venezuela". "Nós queremos que transforme no máximo numa Argentina", disse o ministro, afirmando que se transformar numa "Venezuela" não terá condições de se reerguer.

Coube a Jair Bolsonaro minimizar o tom comparativo e dizer que "não é risco de regime venezuelano, é da economia venezuelana. "Apesar de ser um país rico, o povo vive na miséria", afirmou.

"O objetivo da nossa vinda aqui, nós sabemos do problema do vírus, que devemos ter todo cuidado possível, preservar vidas, em especial daqueles mais em risco, mas temos um problema que vem cada vez mais nos preocupando: os empresários trouxeram essas aflições, a questão do desemprego, a questão da economia não mais funcionar. O efeito colateral do combate ao vírus não pode ser mais danoso que a própria doença", declarou.

Segundo o presidente, os empresários querem que o STF ouça deles o que está acontecendo.

Toffoli, por sua vez, foi cauteloso e afirmou que governo e empresários levaram ao STF necessidade de planejamento para retomada da atividade econômica.

O ministro também disse que é preciso coordenação nesta tarefa por meio do governo federal, em diálogo com poderes, estados e municípios.

Toffoli declarou ainda que as pessoas demonstram desejo de sair de casa, porém "tem que ter essa saída de uma forma coordenada". Ele repetiu a necessidade de conversa com da União com estados.

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Bolsonaro levou para o encontro com Toffoli 15 empresários, que representam diversos setores, como o têxtil, de produção de cimento, energia, cimento, farmacêutico, de máquinas, calçados e energia.

Entre eles estão José Ricardo Roriz Coelho, da Abiplast (Associação Brasileira da Indústria de Plástico), Fernando Valente Pimentel, da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), José Velloso Dias Cardoso, da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Paulo Camilo Penna, presidente do Snic (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), Elizabeth de Carvalhaes, da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Synesio Batista da Costa, da Abrinq, Haroldo Ferreira, da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), Ciro Marino, da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), José Jorge do Nascimento Junior, da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), José Rodrigues Martins, da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Reginaldo Arcuri, da FarmaBrasil, José Augusto de Castro, da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), Marco Polo de Mello Lopes, da Coalizão Indústria, Humberto Barbato, da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e um representante da Anfavea.