Coronavírus: Bolsonaro será denunciado na OMS por contrariar recomendações

Presidente, que está sob "monitoramento", participou e estimulou atos com aglomeração, cumprimentou pessoas e ainda fez pouco caso da pandemia global

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O presidente Jair Bolsonaro será denunciado na Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão internacional ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), por conta de sua postura negligente com relação à pandemia global do coronavírus.

A denúncia será feita pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) junto à bancada de seu partido na Câmara. A ideia é solicitar que a organização notifique o Brasil de suas obrigações e apure o descumprimento das normas internacionais sobre a doença por parte de Bolsonaro.

Enquanto líderes globais têm incentivado a população a ficar em casa, evitar aglomerações e tomar outras medidas de proteção, já que os casos confirmados da doença só têm aumentado, Bolsonaro tem feito pouco caso da pandemia, inclusive estimulando a aglomeração de pessoas, como fez ao incentivar e compartilhar vídeos dos atos em apoio ao governo que aconteceram no domingo (15).

Como se não bastasse a publicização irresponsável dos atos de rua, o presidente ainda foi até à manifestação em Brasília e cumprimentou pessoas.

Na última semana, o presidente passou por testes para saber se estava com coronavírus, já que esteve nos Estados Unidos com o chefe da Secom, Fábio Wajngarten, que contraiu a doença. Apesar de Bolsonaro ter testado negativo, a recomendação é que ele fique em isolamento, sob monitoramento e ainda passe por novos exames, já que, além de Wajgarten, ao menos 11 membros da comitiva presidencial que foi aos EUA testaram positivo para o coronavírus.

"Bolsonaro cometeu dois crimes. Um de saúde pública ao estimular e participar dos atos deste domingo e por isso o estamos denunciando na OMS. O segundo crime é contra a Constituição Federal ao vibrar e fortalecer vozes autoritárias que pedem AI-5 e ditadura. Ele sem dúvida não pode continuar governando", disse a deputada Fernanda Melchionna.

Em entrevista na manhã desta segunda-feira (16), Jair Bolsonaro voltou a chamar a pandemia de coronavírus de “histeria”, afirmou que a doença está sendo usada em uma “luta pelo poder” pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e que não fez “demagogia ou populismo” ao cumprimentar as pessoas que compareceram ao ato neste domingo, 15 de março, em Brasília.

“Eu não convoquei o movimento (de domingo, 15). Tenho obrigação de saudar o povo. Se eu me contaminei, ninguém tem nada a ver com isso”, afirmou o presidente, revelando a total ausência de preocupação pública com a doença, que já matou milhares de pessoas pelo mundo.

Além disso, o capitão da reserva tem aventado a hipótese, de acordo com informações de pessoas próximas, que o surto de coronavírus pelo mundo não passa de um plano do governo chinês para recuperar a economia do país.

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