Coronavírus: Em isolamento, Argentina teve apenas 18% dos casos previstos

Projeção feita por pesquisadores argentinos aponta ainda que a situação do Brasil é complicada e parecida com a dos Estados Unidos

Avenida 9 de Julho, principal de Buenos Aires, vazia | Reprodução/Twitter/Cidade de Buenos AIres
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Em quarentena nacional desde o dia 20 de março, a Argentina tem sido vista com um exemplo no combate ao novo coronavírus na América Latina. Dados oficiais registram 2.208 pessoas infectadas e 97 mortos.

Segundo estudo feito por Instituto Balseiro, CONICET, CNEA e Universidade do Comahue, caso medidas de isolamento não fossem tomadas, o país teria 10.855 casos confirmados da doença no dia 10 de abril. Com as medidas, a Argentina registrava apenas 1.975 casos, 18,2% do previsto.

Antes de adotar a quarentena, o país - que teve o primeiro caso confirmado em 3 de março e a primeira morte da América Latina em 7 de março - chegou a impor medidas gradativas. Primeiro suspendeu eventos de grande aglomeração e determinou quarentena a turistas, depois suspendeu aulas e, por fim, aderiu ao isolamento social preventivo e obrigatório.

Apesar dos números animadores, o decreto do isolamento teve prazo estendido pelo presidente Alberto Fernández no último domingo (12) e vai até 26 de abril. “Prefiro ter mais 10% de pessoas pobres e não 100 mil mortes na Argentina devido a coronavírus. Aqueles que reproduzem o dilema entre economia e saúde estão dizendo algo falso. Sei que preciso preservar pequenas e médias empresas também”, comentou.

Situação do Brasil

A pesquisa, publicada no diário Página 12, compara ainda situação da Argentina também com a de outros 11 países, entre eles o Brasil. Segundo o estudo, dentre os avaliados apenas a China conseguiu controlar o contágio do vírus e é a Argentina quem mais se aproxima da mesma situação.

Para os pesquisadores, o Brasil aparece em uma situação complicada, ainda distante de um controle do contágio. Os cientistas colocam o país em uma situação parecida com a dos Estados Unidos - que já registra mais de meio milhão de infectados e mais de 27 mil mortes.

A matéria do Página 12 destaca a crise política vivida no país em razão da postura errática do governo de Jair Bolsonaro - que por vezes contraria a Organização Mundial da Saúde (OMS) - e dos confrontos promovidos pelo presidente contra governadores estaduais.