Covaxin: CPI questiona PF se Bolsonaro avisou sobre suspeitas de corrupção

Randolfe Rodrigues disse que o depoimento do servidor da Saúde “traz o presidente definitivamente para o foco das investigações. Existem indícios mais do que claros de um enorme esquema de corrupção”

Aziz e Randolfe - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Após as denúncias em relação à compra da vacina indiana Covaxin pelo governo de Jair Bolsonaro, a CPI do Genocídio entrou em contato com a Polícia Federal (PF), com o objetivo de descobrir se o presidente repassou ao órgão o alerta de que havia suspeita de corrupção no contrato, de acordo com informações de Paulo Cappelli, em O Globo.

O comunicado foi feito em março por um servidor do Ministério da Saúde. A vacina é produzida pela Bharat Biotech e quem a representa no Brasil é a farmacêutica Precisa.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, afirmou, também, que vai solicitar a quebra de sigilo da empresa Madson Biotech, apontada como laranja no suposto esquema de corrupção.

“A partir de agora, tem-se um novo caminho para investigar. A demora para adquirir algumas vacinas não ocorreu para todas. Há uma diferença de tratamento muito grande. Ele (servidor) diz que Pazuello foi demitido porque não aceitava corrupção. Ele está dando uma informação ao Brasil”, declarou Aziz.

“Acabei de pedir para o delegado da PF que peça ao diretor-geral para saber se houve inquérito para investigar essa questão da Covaxin. Se o presidente foi avisado pelo servidor e tomou providências, ótimo. Se não tomou, é preocupante”, acrescentou o presidente da comissão.

Nova fase

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, destacou que o depoimento do servidor da Saúde inicia uma nova fase nos trabalhos da comissão.

“A existência de corrupção nos contratos do governo vira o foco. Esse depoimento traz o presidente definitivamente para o foco das investigações. Vamos aprofundar, pois existem indícios mais do que claros de um enorme esquema de corrupção, inclusive com empresa laranja com sede em Cingapura, o que é indício de lavagem de dinheiro. É a empresa Madson Biotech”, apontou.

O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), também comentou a denúncia: “Parece grave, tanto que irão depor já na sexta-feira. Essa negociação com a Precisa é escandalosa sobre todos os aspectos”.