CPI do Genocídio precisa ir a fundo nos crimes cometidos por Bolsonaro, avalia Juliano Medeiros

“Para ser uma CPI digna desse nome, tem de ser pra valer e criar as condições para o impeachment. Só assim ela terá cumprido sua missão”, diz o presidente nacional do PSOL

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Na avaliação do presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, a implantação da CPI do Genocídio, que pretende investigar as ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro durante a pandemia do coronavírus, é extremamente importante. No entanto, segundo ele, a comissão precisa ir a fundo para apurar os crimes cometidos pelo presidente.

“Não faltam crimes. Caberá aos senadores investigar, por exemplo, porque o governo Bolsonaro atuou contra as recomendações das autoridades sanitárias, desrespeitou e desestimulou o uso de máscaras, estimulou aglomerações, combateu as políticas de isolamento social promovidas por prefeitos e governadores, questionou a eficácia da vacinação e atuou para o uso e produção de medicamentos comprovadamente sem eficácia contra o novo coronavírus”, destacou, em artigo publicado no site do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).

Ainda de acordo com Juliano, a CPI deve investigar as suspeitas de superfaturamento na produção de hidroxicloroquina por parte do Exército, além das mortes produzidas pelo uso desse e de outros medicamentos no chamado “tratamento precoce” recomendado pelo Ministério da Saúde.

“Reunidas essas provas e depoimentos pela CPI, a responsabilidade de Bolsonaro sobre o aprofundamento da tragédia que assola o Brasil ficará evidente, dando subsídios para um sólido processo de impeachment. Isso porque, conforme o parágrafo 9 do art. 7º da Lei de Impeachment, é crime de responsabilidade ‘violar patentemente qualquer direito ou garantia individual constante do art. 141, assim como os direitos sociais assegurados no artigo 157 da Constituição’”, ressaltou o presidente do PSOL.

Livre das amarras

Juliano lembrou que a CPI não é uma comissão de impeachment, nem está julgando Bolsonaro. No entanto, “é o primeiro instrumento minimamente livre das amarras impostas pelo acordo entre o governo e os deputados do chamado ‘Centrão’. Para ser uma CPI digna desse nome, tem de ser pra valer: precisa ir a fundo nos crimes cometidos pelo presidente e criar as condições para o impeachment. Só assim ela terá cumprido sua missão”, completou.