Cuba coloca estudantes de Medicina para fazer mapeamento de suspeitos de covid-19

Alunos das 26 faculdades do país, incluindo a ELAM (Escola Latino-Americana de Medicina) realizam visitas de porta em porta, em todas as casas, para identificar casos e otimizar a atenção de saúde

Estudantes da Escola Latino-Americana de Medicina (foto: Prensa Latina)
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Para enfrentar a crise do coronavírus, o governo de Cuba está mobilizando todos os seus estudantes de Medicina, que passaram a trabalhar em todas as regiões do país, fazendo um mapeamento dos casos de covid-19.

São cerca de 28 mil alunos de 25 faculdades espalhadas pela ilha, além da famosa ELAM (Escola Latino-Americana de Medicina), que estão indo de porta em porta, visitando todas as casas. O objetivo é identificar os casos rapidamente, isolar pacientes, e assim otimizar a atenção de saúde.

Na falta de equipamento de alta tecnologia, o governo cubano decidiu apostar na alta capacitação de suas universidades para tentar conter a propagação do vírus, tarefa que vem conseguindo relativamente, ao menos até o momento.

Cuba registrou seus primeiros casos de covid-19 na primeira semana de março, e desde então eles saltaram para um total de 233, com 6 mortes e 15 pacientes recuperados, segundo números da Universidade John Hopkins. Além disso, o governo cubano divulgou que há cerca de 2,8 mil pessoas hospitalizadas por precaução, embora assintomáticas – pessoas que tiveram contato com os pacientes oficiais.

Vale lembrar que, segundo o índice da OMS, Cuba é o país com maior índice de médicos por habitantes no mundo (82 para cada 10 mil). Tamanha capacidade faz com que o país possa importar muitos dos seus profissionais para trabalhar em outros países, como aconteceu no Brasil, através do programa Mais Médicos, pelo qual passaram mais de 11 mil médicos cubanos – a política foi desmantelada no primeiro mês de governo de Jair Bolsonaro.