Diaristas denunciam assédio e estupro durante procura de emprego em meio à pandemia

Em um dos casos, o assediador pediu para que a trabalhadora ficasse de roupas íntimas e ofereceu pagar mais se ela topasse "tudo"

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Em busca por oportunidades de trabalho durante a pandemia do coronavírus, trabalhadoras domésticas têm optado por anunciar seus serviços em páginas no Facebook e outras redes sociais. Elas relatam, no entanto, que homens utilizam as publicações para se aproximarem das diaristas e assediá-las sexualmente.

"Uma amiga foi estuprada", conta Nielly Vasconcelos, em entrevista ao Universa. "Uma pessoa trocou mensagem de texto com ela e a foto era de uma mulher. Quando ela chegou no local, o apartamento estava vazio, e o homem que se passou por outra pessoa cometeu o crime. Então morro de medo", continua.

Contudo, por estar sem trabalho na quarentena e numa tentativa de ter mais alcance com seus anúncios, a diarista passou a compartilhar seu número de celular nas redes sociais. Ela teve que trocar o número por causa de um assediador.

"Num primeiro contato, um cara ligou logo cedo, de um número privado, perguntando se eu poderia limpar um apartamento vazio. Fiquei com medo e perguntei se haveria alguém no local", conta Nielly. "Quando ele respondeu que estaria lá, declinei. À tarde ele ligou de novo e perguntou se eu não toparia fazer a faxina por R$ 1.200, mas depois teria que masturbá-lo. Desliguei e ele passou a insistir, mandava ainda fotos íntimas. Tive que mudar o número", conta.

Outra diarista também relatou ao Universa que um dos assediadores pediu para que ela ficasse de roupas íntimas no trabalho, além de perguntar se ela tinha tatuagens. Ele ainda quis fotos dela de corpo inteiro e ofereceu pagar mais se ela topasse "tudo".

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