Cenário da tragédia em que uma funcionária foi assassinada por tiros na tarde desta terça-feira (28) durante uma briga sobre o uso de máscara de proteção contra o coronavírus, o hipermercado Condor, da Rodovia do Xisto, faz parte da rede do empresário bolsonarista Pedro Joanir Zonta.
Zonta foi acusado em 2018 pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), da Procuradoria-Geral do Trabalho e do Ministério Público Eleitoral (MPE) do Paraná, de coagir seus funcionários a votarem no então candidato Jair Bolsonaro.
Por meio de carta, Zonta apontava que votaria no candidato do PSL e elencava 11 motivos para justificar sua escolha e 11 para não votar “na esquerda”. Entre os tópicos, o empresário diz que Bolsonaro é “a favor da família”.
Para o MPT, o ponto polêmico da mensagem é o destaque à afirmação de “não haver corte no 13ª salário e nas férias dos empregados do grupo”, que é composto por 48 lojas no Paraná e em Santa Catarina.
“Nesta carta, fica o meu compromisso, com você meu colaborador hoje, de que não haverá de forma alguma, corte no 13º e nas férias dos colaboradores do grupo Condor”, diz Zonta, que completa em seguida: “Acredito no Bolsonaro, votarei nele e peço que confiem nele e em mim para colocar o Brasil no rumo certo”, diz o empresário bolsonarista.
Para evitar uma multa de R$ 100 mil, o empresário fez um acordo com o MPT, divulgando nova carta aos trabalhadores, desta vez afirmando que a sua rede “respeita as leis trabalhistas e os tratados de direitos humanos, e que não tolera a imposição ou direcionamento nas escolhas políticas dos empregados durante o processo eleitoral”.
Em novembro de 2019, Zonta também divulgou nota afirmando que decidiu suspender propagandas na TV Globo devido aos “ataques” dos jornais da emissora contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Na época, segundo informou a empresa por meio de nota, o boicote à Globo “limita-se aos programas jornalísticos nacionais, que são Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal Nacional e Fantástico”. O Condor também afirma que o corte vale para as novelas “Malhação” e “das 21h”. Para a empresa, os programas contrariam “os princípios e valores familiares”.