Efeito Flávio Bolsonaro: operação da PF vai pra cima de aliado de Renan Calheiros

Operação Sufocamento investiga grupo que teria atuado nas simulações de dois procedimentos de dispensa de licitação em equipamentos para tratamento de pacientes com covid

Renan Calheiros (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
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Suspeitas de corrupção em contratos da pandemia em Alagoas, reduto do relator da CPI do Genocídio, Renan Calheiros (MDB-AL), são alvos da Operação Sufocamento, da Polícia Federal (PF), em conjunto com a CGU e o MPF, nesta quinta-feira (17).

Operação ocorre um dia após o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) bater boca com Renan Calheiros durante depoimento do governador cassado do Rio da Janeiro Wilson Witzel.

De acordo com a PF, o grupo teria atuado nas simulações de dois procedimentos de dispensa de licitação no município de Girau do Ponciano, comandado por David Barros, do MDB, e desvios de recursos federais destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19.

“A investigação comprovou que o grupo criminoso simulou dois processos de dispensa de licitação para o fornecimento de uma central de gases e respiradores mecânicos para tratamento de pacientes com Covid-19 no Hospital de Campanha de Girau do Ponciano, nos quais foram contratadas duas empresas sediadas no Rio de Janeiro”, diz a PF.

A PF ainda constatou que uma das empresas contratadas não atua no ramo de central de gases, mas sim com comércio de matérias de construção.

“Além dos direcionamentos das licitações para tais empresas, houve desvio de recursos públicos também com a utilização de interpostas pessoas (laranjas) tanto para a execução dos desvios, como para a posterior ocultação das origens dos valores. Os policiais apuraram que uma dessas empresas seria de propriedade da esposa de um dos agentes públicos com direta e efetiva participação nas contratações e pagamentos sob investigação”, segue a PF.

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A coluna Radar, da Veja, informa que os contratos em análise somam 600.000 reais e os desvios, até o momento, somariam 250.000 reais. “Há robustos indícios da ocorrência dos crimes de desvios de recursos públicos federais (art. 1º, I, do Dec.-Lei n. 201/67), ilícitas dispensas de licitações (art. 89 da Lei 8.666/93 c/c art. 337E, do CPB) e lavagem de dinheiro (art. 1º, da Lei 9613/98), cujas penas máximas somadas totalizam 27 anos de prisão”, diz a PF.

Com informações da coluna Radar, da Veja