Élcio Franco diz que governo comprou cloroquina para combate à malária e não Covid-19

Pedido de "esclarecimento" à CPI foi feito por Pazuello. Em apenas cinco meses, Ministério da Saúde distribuiu 1,5 milhão de comprimidos aos estados

Reprodução/TV Senado
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O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, afirmou nesta quarta-feira (9) à CPI do Genocídio que o governo federal não comprou cloroquina em 2020 para combate à Covid-19. Segundo ele, o remédio seria usado contra a malária. O pedido de "esclarecimento" à comissão, segundo Franco, foi feito pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

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"Aqui, gostaria de fazer um esclarecimento de um assunto recorrente, mas é preciso registrar. Por solicitação do general Pazuello, eu informo que durante a nossa gestão não ocorreu aquisição de cloroquina para o ano de 2020 para o combate a Covid-19", afirmou o ex-secretário da pasta.

"Porém, identificamos que, para atender ao programa anti-malária do primeiro semestre desse ano, em 30 de abril de 2020 foi assinado um termo aditivo ao TED [Termo de Execução Descentralizada] com a Fiocruz no valor de R$ 50 mil, visando a aquisição desse fármaco para entrega posterior. Enfatizo que é para o programa anti-malária”, completou Élcio.

Segundo levantamento feito pela CNN Brasil, apenas entre os meses de abril e agosto de 2020, o Ministério da Saúde solicitou ao Laboratório Químico Farmacêutico do Exército a distribuição de 1,5 milhão de comprimidos do medicamento aos estados.

Apesar da substância não ter eficácia comprovada contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro incentivou diversas vezes o uso do medicamento para "tratar" a doença. A droga é um dos temas centrais de investigação da CPI.

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