Em live com Eduardo Bolsonaro, Weintraub lança novos ataques contra a China: Consigo ver maldade nesse movimento

Atacando a China pela pandemia do coronavírus, Weintraub fala da teoria da conspiração defendida por Olavo de Carvalho de um governo comunista mundial. " Vamos fazer uma constituição mundial, vamos agora aumentar o tamanho do Estado"

Eduardo Bolsonaro e Abraham Weintraub (Reprodução)
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Após ironizar com um quadrinho da Turma da Mônica, acusando o governo chinês de se beneficar da crise com o Coronavírus, o ministro da Educação lançou novos ataques ao país oriental em live com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), dizendo que consegue "ver maldade" nesse movimento, referindo-se à pandemia do coronavírus. Durante a madrugada, a China publicou nota dizendo que Weintraub fez declarações “difamatórias” sobre o país ao associá-lo ao coronavírus.

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"Eu infelizmente consigo ver uma possibilidade de maldade nesse movimento. Não acho que tenha sido um vírus feito em laboratório, não acredito nisso. Mas, esse movimento de segurar informação e se preparar depois para a crise mundial, eu acho que talvez. Quando eu vi que eles tinha 60 mil respiradores prontos para vender, eu pensei: poxa vida, poderiam ter avisado pro mundo inteiro que ia faltar respirador", disse o ministro.

Weintraub constrói sua teoria da conspiração inspirada no guru Olavo de Carvalho, que acredita que a China produziu a pandemia do coronavírus para expandir o comunismo pelo mundo.

Na conversa com Eduardo Bolsonaro, Weintraub se baseia em achismos para construir a tese conspiratória ao levantar indagações sobre a venda de 60 mil respiradores ao mundo "para quem pagar mais" e de uma suposta liquidez que teria sido feito pelo governo chinês "para depois chegar em empresas e famílias privilegiadas, por exemplo no Brasil, e dar dinheiro".

"Eu tenho um monte de amigos chineses. A gente foi para Taiwan, é uma cultura Chinesa. Hong Kong, cidade maravilhosa, é uma cultura chinesa. agora, eu me pergunto: deu toda essa epidemia e pô o governo chinês foi pego de surpresa. Conta pra mim, como é que eles têm 60 mil respiradores prontos pra vender pro mundo inteiro pra quem pagar mais? Eles poderiam ter alertado de saída: ó, vai faltar respirador. A gente teria tido dois, três meses a mais pra fazer respirador e não ter que comprar respirador deles lá na lua, no preço que for. Então, esse exemplo é gritante. É um fato concreto. Eles têm 60 mil respiradores para quem pagar mais", afirmou Weintraub.

A teoria é complementada pelo achismo do suposto acúmulo financeiro para ser usado em empresas e famílias pelo mundo.

"Ai será que eles também não fizeram liquidez durante esse período, sabendo que ia dar um mega problema. Será que eles não foram juntando caixa, saindo de posições do mercado, esperando afundar para depois chegar em empresas e famílias privilegiadas, por exemplo no Brasil, e dar dinheiro?", indaga.

"Eu infelizmente consigo ver uma possibilidade de maldade nesse movimento", afirma o ministro, ressaltando que "não acha que tenha sido um vírus feito em laboratório".

Governo mundial
Após construir sua teoria, Weintraub é interrompido por Eduardo Bolsonaro, que fala sobre "matérias suspeitas do NYT, Newsweek, Foreign Policy, BBC, Folha de S.Paulo, Globo, mostrando as prisões dos médicos que estavam justamente denunciando o coronavírus no começo".

Weintraub afirma que o filho de Jair Bolsonaro tocou num "ponto dramático" e, baseado no livro 1984, de Geroge Orwell - "eu li a obra toda dele" -, lança a tese do governo comunista mundial, defendida por Olavo de Carvalho.

"Em um período curto de tempo, coisas que a gente tinha tranquilidade, como comércio internacional, liberdades individuais. Hoje são tudo ponto de interrogação.[…] Outra coisa: direito de ir e vir. De uma hora para outra, tiraram meu direito de ir e vir. Minha profissão. Eu não posso exercer minha profissão. A minha propriedade privada. Boquirroto invadindo propriedade privada para pegar coisa dos outros. E o que é a agenda, está no jornal: Vamos fazer uma constituição mundial, vamos agora aumentar o tamanho do Estado", disse, interrompendo para mostrar o livro de Orwell, dizendo que o escritor lutou contra o comunismo.

Preconceito
No início da live, Weintraub ainda destila preconceito cultural e desentendimento histórico ao repetir discursos de bolsonaristas em redes sociais sobre a alimentação dos chineses, que teria gerado a mutação do vírus, o que também não tem comprovação científica.

"Eles têm contato com um monte de bicho que não é pra comer. E comem. E tem muito contato com porco e frango. Nos próximos 10 anos, vem outro vírus desse da China? Probabilidade é alta", afirmou.