Evidências históricas são pelo distanciamento social (sobre a gripe de 1918)

Durante a gripe de 1918, cidades que implementaram intervenções de saúde (como o distanciamento social), de forma rápida e vigorosa, não sofreram as piores quedas econômicas

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Por João Sicsú*

Abaixo um resumo das principais conclusões da última versão do artigo: "As pandemias deprimem a economia, as intervenções de saúde pública não deprimem: evidências da gripe de 1918" [Pandemics Depress the Economy, Public Health Interventions Do Not: Evidence from the 1918 Flu] (de 26 de março de 2020). É artigo acadêmico de autoria de Sergio Correia (do FED board), Stephan Luck (FED Nova Iorque) e Emil Verner (MIT).

1) - Eles examinaram o impacto da pandemia de gripe de 1918 e das medidas, por exemplo, de distanciamento social sobre a economia. Usaram dados de estados e cidades dos Estados Unidos.

2) - A pandemia levou a uma queda acentuada e persistente da atividade econômica real. Houve queda de demanda de bens duráveis (automóveis, eletrodomésticos etc.), declínio na produção e emprego industriais e redução nos preços dos ativos financeiros.

3) - As cidades que implementaram intervenções de saúde (como o distanciamento social), de forma rápida e vigorosa, não sofreram as piores quedas. PASSADA A PANDEMIA: ESSAS FORAM AS CIDADES QUE RECUPERAM AS SUAS ECONOMIAS MAIS RAPIDAMENTE.

4) - Suas conclusões finais foram que as medidas de intervenção preventivas, como o distanciamento social, "podem reduzir a mortalidade e, ao mesmo tempo, serem economicamente benéficas".

*Professor IE - UFRJ