Duas das maiores fabricantes de medicamento à base de hidroxicloroquina no Brasil, a Apsen Farmacêutica e a EMS, firmaram quatro empréstimos de R$ 283 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2020.
Segundo reportagem do Estado de S.Paulo, três dos empréstimos – um para a Apsen, de R$ 94,9 milhões, e dois para a EMS, de R$ 81,4 milhões e de R$ 47,8 milhões – foram contratados em fevereiro do ano passado, no início da pandemia do coronavírus no Brasil.
A cloroquina passou a ser defendida pelo presidente Jair Bolsonaro no tratamento à Covid-19, mas não há comprovações científicas de sua eficácia contra a doença. No total, cinco farmacêuticas fabricam e vendem no País remédios com a substância: Apsen, EMS, Germed, Cristália e a multinacional francesa Sanofi-Aventis.
A Apsen firmou dois contratos com o BNDES em 2020 que totalizam R$ 153 milhões, valor que é sete vezes maior do que o crédito liberado para a empresa nos 16 anos anteriores. A informação é da Folha de S.Paulo.
O presidente da empresa, Renato Spallicci, é antigo apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Na pandemia, o mandatário virou uma espécie de “garoto-propaganda” da empresa, exibindo o medicamento em diversas ocasiões.