Fenae lamenta morte de bancário e diz que Caixa tem adotado medidas de proteção insuficientes

"É preciso respeito à vida dos empregados da Caixa!", cobrou a entidade; pais de uma funcionária do banco teriam falecido por Covid após ela retornar ao trabalho presencial

Matriz da Caixa em Brasília (Reprodução)
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A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal divulgou uma nota nesta sexta-feira (7) lamentando o falecimento de José Ariston Nogueira de Lima, de 69 anos, e da sua esposa Francisca Vieira Lima, de 64 anos, vítimas do novo coronavírus.

A família acredita que a morte dos dois está relacionada à obrigatoriedade ao retorno do trabalho presencial a uma das filhas do casal, que também trabalha na Caixa.

Segundo a entidade, "na Caixa, medidas de proteção aos trabalhadores e à população foram negociadas após pressão das entidades representativas dos empregados, mas não têm se mostrado suficientes para evitar o contágio da covid-19".

"A Fenae e outras representações dos empregados da Caixa estão cobrando da direção do banco a ampliação dos protocolos de saúde e segurança para proteger efetivamente os trabalhadores e as pessoas que moram com eles da contaminação pelo coronavírus, além dos cidadãos que procuram as agências do banco diariamente. É preciso respeito à vida dos empregados da Caixa!", afirmam.

A entidade ainda aponta que "a morte de quase 100 mil pessoas em todo o país é resultado do descaso com que o governo federal vem tratando a pandemia do novo coronavírus no país, com a postergação de medidas para proteger os brasileiros e garantir o isolamento social necessário para combater a proliferação da doença".

Confira a nota da Fenae, na íntegra:

É com profundo pesar que a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) lamenta a morte do empregado do banco, José Ariston Nogueira de Lima, de 69 anos, e da sua esposa Francisca Vieira Lima, de 64 anos, vítimas de covid-19. O casal, que morava no Gama (DF), morreu com apenas 14 horas de diferença. O bancário faleceu na terça-feira (4), por volta das 18h30, e ela às 8h desta quarta (5).

José Lima, como era mais conhecido, trabalhou na Gipes, na Universidade Caixa e atualmente estava lotado na Agência Gama. O casal deixa três filhas, todas empregadas do banco.

Para a Fenae, a morte de quase 100 mil pessoas em todo o país é resultado do descaso com que o governo federal vem tratando a pandemia do novo coronavírus no país, com a postergação de medidas para proteger os brasileiros e garantir o isolamento social necessário para combater a proliferação da doença.

No caso da Caixa, medidas de proteção aos trabalhadores e à população foram negociadas após pressão das entidades representativas dos empregados, mas não têm se mostrado suficientes para evitar o contágio da covid-19.

Na linha de frente do pagamento do auxílio emergencial, do FGTS e de outros benefícios sociais — recursos que ajudam a socorrer os milhões de brasileiros impactados economicamente pela pandemia — os trabalhadores têm sido expostos à contaminação por falta de planejamento e desorganização do governo federal e da direção da Caixa.

No início da pandemia, foi negociado o home office para os bancários que coabitam com pessoas do grupo de risco. Entretanto, com a pressão e demanda da gestão da Caixa, essa medida foi sendo reduzida.

A Fenae e outras representações dos empregados da Caixa estão cobrando da direção do banco a ampliação dos protocolos de saúde e segurança para proteger efetivamente os trabalhadores e as pessoas que moram com eles da contaminação pelo coronavírus, além dos cidadãos que procuram as agências do banco diariamente.

É preciso respeito à vida dos empregados da Caixa!

A Fenae presta solidariedade aos familiares e amigos de José Lima e Francisca Vieira Lima e dos mais de 98 mil mortos pela covid-19, no Brasil.