Flórida chega aos 300 mil casos e é o novo epicentro do coronavírus nos EUA

Governador Ron DeSantis, do Partido Republicano, abandonou as medidas restritivas em maio, apesar de especialistas alertarem que o fazia “cedo demais”. Agora, no pico da doença no estado, planeja reabrir escolas

Foto: Miami Herald
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O Estado da Flórida registrou mais de 10 mil novas infecções por covid-19 nas últimas 24 horas, o que o fez superar, nesta quarta-feira (15), a marca negativa de 300 mil casos de coronavírus. Os números são do observatório de covid-19 da Universidade Johns Hopkins.

Deste a semana passada, o estado governado pelo republicano Ron DSantis (um dos principais aliados de Donald Trump entre os governadores estadunidenses) vem anotando mais de 100 mortes diárias – nesta terça-feira (14), por exemplo, foram 132.

Tanto o número de contágios quanto o de óbitos fazem da Flórida o novo epicentro da pandemia do novo coronavírus nos Estados Unidos – que também é o país mais atingido pela doença em todo o mundo, com 3,4 milhões de infectados e 137 mil falecidos.

Tal situação tem provocado uma chuva de críticas ao governador DeSantis, criticado por abandonar as medidas restritivas em maio, apesar de especialistas terem alertado que era “cedo demais”.

O republicano, assim como o presidente Trump, costuma desafiar as recomendações da comunidade científica, e baseou sua decisão no fato de que, nos primeiros meses, a Flórida apresentou uma propagação moderada do vírus.

Em meados de junho, quando o número de infecções começou a crescer de forma alarmante, DeSantis decidiu não só fazer pouco caso do problema como anunciar a reabertura de escolas para aulas presenciais, o que gerou uma briga com as autoridades educacionais de vários condados que preferiram contrariar sua decisão – entre outras coisas, por pressão dos pais.

Enquanto isso, as mortes continuam crescendo de forma preocupante. Dos 132 falecimentos registrados na terça, 32 ocorreram no condado de Miami-Dade. Os meios locais vêm comparando essa situação com a da cidade chinesa de Wuhan no início da pandemia.