Freixo aponta crime de saúde pública e aciona MPF contra Bolsonaro, que tirou a máscara em entrevista

Presidente deu entrevista sem máscara depois que já tinha a confirmação de que foi contaminado pela Covid-19; embaixador dos EUA que teve contato com Bolsonaro fará quarentena

Foto: Isác Nobrega/PR
Escrito en CORONAVÍRUS el

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) informou na tarde desta terça-feira (7) que acionará o Ministério Público Federal (MPF) contra o presidente Jair Bolsonaro para que ele responda por crime contra a saúde pública.

O motivo é o fato de Bolsonaro ter tirado a máscara de proteção durante entrevista à CNN e Record, no Palácio da Alvorada, depois da confirmação do teste que aponta que ele está com Covid-19.

"URGENTE! Estou acionando o MPF para que Bolsonaro responda por crime contra a saúde pública. O presidente já sabia que estava contaminado quando retirou a máscara durante a entrevista, colocando deliberadamente a vida dos demais em risco. Esse vídeo é o flagrante do crime", escreveu Freixo pelo Twitter.

Na entrevista, Bolsonaro retirou a máscara e se afastou alguns metros dos repórteres. “Já disse no passado, você pode combater o vírus sem que o efeito colateral desse combate seja pior do que os danos causados pelo próprio vírus”, disse.“Peraí, eu vou me afastar um pouquinho aqui. Afasta, afasta, afasta ai”, afirmou aos repórteres. Assista aqui.

Embaixador em quarentena

A Embaixada dos EUA divulgou pelo Twitter na tarde desta terça-feira (7) que o embaixador, Todd Chapman, e a esposa, Janetta Chapman, testaram negativo para a Covid-19, mas se manterão em quarentena, seguindo os protocolos do Control Disease Center (CDC), o Centro de Controle de Doenças, dos EUA.

Segundo o comunicado, toda a equipe que teve contato com Jair Bolsonaro, que foi recebido com churrasco na embaixada no sábado (4) para comemorar o Dia da Independência está sendo “avaliada”.

Jair Bolsonaro fez o teste do Covid-19 nesta segunda-feira (6), dois dias após o churrasco, e apresentou febre de 38 graus.