Governo Bolsonaro admite não ter estudo que comprove a eficácia de isolamento parcial

Sem provas, mas com convicção: segundo secretário do Ministério da Economia, o isolamento parcial é "um princípio" do governo federal

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O governo Bolsonaro considera o isolamento parcial um "princípio", e não possui nenhum estudo técnico para embasar a defesa que vem fazendo da medida no combate ao contágio do novo coronavírus. Sem provas, mas com convicção.

Isolamento parcial, ou "vertical" como gosta de chamar o governo, consiste em tirar do convívio social só os grupos mais suscetíveis ao novo coronavírus, tais como pessoas acima de 60 anos e portadores de enfermidades como hipertensão, diabetes e doenças respiratórias crônicas.

Bolsonaro, que vem encorajando atos em favor da volta ao trabalho para evitar maiores danos à economia com períodos de quarentena. São Paulo, mais populoso estado e centro da pandemia no país, ficará até 7 de abril com os serviços não essenciais fechados.

No entanto, autoridades federais admitem que não há estudos que justifiquem a medida. Na manhã desta sexta (27) o secretário especial de Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que o isolamento parcial é "um princípio" do governo federal ao qual os estados deveriam se ajustar. O secretário apresentou um slide com o que o governo considera necessário para o isolamento parcial na área econômica: manter abertos serviços essenciais e garantir a cadeia de suprimentos, o que estados como São Paulo já tem feito.