Governo Bolsonaro foi avisado há quatro dias da falta de oxigênio, denuncia procurador do AM

“O estado não se preparou. E como se não bastasse, a direção de Logística do Ministério da Saúde só se reuniu hoje (quinta) para tratar disso, após ser avisada há quatro dias”, disse Igor Spindola

Foto: Divulgação/Forças Armadas
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O procurador da República no Amazonas, Igor da Silva Spindola, fez uma grave revelação nesta quinta-feira (15). Ele declarou que o Ministério da Saúde foi alertado de que faltaria oxigênio nos hospitais de Manaus há pelo menos quatro dias.

“O estado não se preparou. E como se não bastasse, a direção de Logística do Ministério da Saúde só se reuniu hoje (quinta) para tratar disso, após ser avisada há quatro dias”, disse Spindola, em entrevista à coluna de Guilherme Amado, na Época.

O procurador classifica como “falta de coordenação” do governo Bolsonaro e de militares que atuam no ministério, que desconhecem o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Acordei ontem (quarta) com uma ligação por volta de 7 horas do diretor do Hospital Universitário, dizendo que só tinha duas horas de oxigênio. Por volta de 12 horas, a gente já tinha notícia dos óbitos por asfixia. Foi emocionalmente impactante”, disse.

Ação civil

O procurador é um dos integrantes do Ministério Público (MP) que assinaram uma ação civil pública, ajuizada nesta quinta (15) na Justiça Federal do Amazonas. O objetivo é cobrar do governo federal uma solução para o colapso de fornecimento de oxigênio em Manaus.