Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) empreende uma campanha contra a vacinação infantil fingindo se preocupar com as crianças, o Ministério da Saúde contratou uma empresa sem experiência com vacinas para realizar o transporte do imunizante pediátrico da Pfizer para todo o país. A transportadora chegou a usar caixas de papelão.
Segundo reportagem de Vinicius Sassine e Renato Machado, na Folha de S. Paulo, os problemas na entrega das vacinas em quatro estados parece estar relacionado com a baixa experiência da Intermodal Brasil Logística (IBL) com esse tipo de insumo. A empresa foi contratada pelo governo Bolsonaro em contrato sem licitação, em dezembro, por R$ 62,2 milhões.
Questionada pela Folha, a empresa disse que realizou o transporte de imunizantes em apenas uma oportunidade, para um laboratório privado. A IBL negou também que tenha ocorrido qualquer problema nas entregas. Imagens da entrega das doses de Santa Catarina mostram vacinas dentro de uma caixa de papelão com gelo.
O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando o contrato com a IBL por possíveis irregularidades.
Até o momento foram distribuídas 1,2 milhão de doses do imunizante da Pfizer. O Brasil espera receber 30 milhões de doses até março.
Bolsonaro atrapalha vacinação em crianças
Pesquisa Datafolha divulgada na noite de domingo (16) revelou que 79% dos brasileiros apoiam a vacinação contra a Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos. Seguindo o exemplo de Jair Bolsonaro (PL), 17% rejeitam a imunização e outros 4% não souberam opinar.
Atacando diariamente a vacinação, Bolsonaro é tido como empecilho para a maioria dos brasileiros. Segundo a pesquisa, 58% acreditam que o presidente mais atrapalha do que ajuda quando o assunto é a vacinação das crianças.