Governo sofre primeira derrota na CPI do Genocídio: Omar Aziz e Randolfe são eleitos presidente e vice

Após TRF-1 derrubar liminar da Justiça de Brasília, senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi escolhido relator da comissão

Reprodução/TV Senado
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O senador Omar Aziz (PSD-AM) foi eleito, nesta terça-feira (27), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que investiga as ações e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia do coronavírus. Ele disputava o posto com Eduardo Girão (Podemos-CE). O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), opositor do governo Bolsonaro e responsável pelo pedido de criação da CPI, foi eleito vice-presidente.

Ao todo, Omar obteve oito votos, um a mais do que esperado, enquanto Girão conquistou apenas um. Não houve votos em branco. Em relação à escolha do vice-presidente, Randolfe obteve sete votos, sendo único candidato ao posto, e quatro senadores votaram em branco.

O novo presidente da comissão decidiu indicar Renan Calheiros (MDB-AL), que faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro, para a relatoria da comissão. A indicação foi possível após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspender liminar da Justiça Federal de Brasília que impedia o senador de assumir a relatoria.

Já o senador Eduardo Girão, que disputava a presidência com Omar, defendia alternar a chefia da CPI com Randolfe, enquanto um dos vice-líderes do governo no Congresso, Marcos Rogério (DEM-RO), assumiria como relator.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais aliados de Bolsonaro no Congresso, admitiu ter votado em Omar para a presidência da CPI - consequentemente, apoiando a escolha de Renan Calheiros na relatoria. "Não vejo obstáculo de Renan ser relator, vejo preocupação", disse ele.

Na sessão de abertura da comissão, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) chegou a pedir para Renan Calheiros ter “bom senso” e abrir mão da relatoria do caso. O parlamentar, no entanto, lamentou e disse que isso “dificilmente aconteceria”.