Hospitais particulares de Manaus cobram até R$ 100 mil para tratar coronavírus em UTI

Hospitais ainda exigem que o pagamento seja feito de forma antecipada, prática considerada ilegal para atendimento emergencial

Simulação de atendimento ao novo coronavírus em Manaus (Foto: Alex Pazuello/Semcom/Fotos Públicas)
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Os principais hospitais particulares de Manaus, cidade que enfrenta colapso no sistema de saúde por conta do coronavírus, estão cobrando depósitos antecipados de R$ 50 a R$ 100 mil para aceitar a internação de pacientes com suspeita de Covid-19 em seus leitos de UTI.

Os valores são cobrados para atender pacientes particulares, que não têm com planos de saúde. De acordo com o Intercept Brasil, a cobrança é adotada nos hospitais Samel, Checkup e Santo Alberto.

De acordo com a lei 12.653, a cobrança antecipada é ilegal. Diz o texto que é proibido “exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial”. A pena para os responsáveis pela cobrança pode variar entre três meses e um ano, além de multa.

De acordo com o Intercept, a assessoria de imprensa da Samel confirmou a cobrança. Contudo, afirmou em seguida que o valor era de R$ 50 mil por cinco dias de internação e que as diárias adicionais custariam R$ 5 mil. A rede Samel pertence à família do ex-deputado federal, Luiz Fernando Nicolau (PSD).

No Rio de Janeiro, os valores para internação em hospitais privados não chegam perto dos de Manaus, mas são igualmente altos. O Hospital Irajá, na Zona Norte, por exemplo, aumentou o valor de uma consulta com clínico geral de R$ 500 para R$ 5 mil.

“A consulta antes era esse valor mesmo (R$ 500). Como teve um aumento na demanda, a gente está com esse pacote fixo até acabar a Covid-19. É para todo mundo que procurara emergência, independentemente de estar com sintomas do coronavírus", explicou uma funcionária, de acordo com o jornal O Dia.

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