Inércia de Bolsonaro fez o Brasil perder 4,5 milhões de vacinas, confirma ex-presidente da Pfizer

Carlos Murillo estima que país teria recebido 18,5 milhões de doses do imunizante até o final de junho caso governo brasileiro tivesse aceitado oferta feita em agosto

Reprodução/TV Senado
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Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta quinta-feira (13), Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer, afirmou que o Brasil poderia ter recebido 18,5 milhões de doses da vacina até o segundo trimestre de 2021 caso o governo Bolsonaro tivesse aceitado a oferta feita pelo laboratório em 26 de agosto.

Após diversas tentativas por parte do laboratório americano, o governo brasileiro fechou um contrato apenas este ano de 14 milhões de doses. Até o momento, a Pfizer entregou 1,6 milhão de doses.

Com isso, o ex-presidente da Pfizer confirmou que o Brasil perdeu cerca de 4,5 milhões de doses do imunizante com o atraso do contrato. Ele alerta, no entanto, que os números podem variar por conta de eventuais imprevistos no decorrer do tempo.

No depoimento, Carlos Murillo confirmou que a primeira oferta feita pelo laboratório ao Ministério da Saúde para venda de vacinas contra a Covid-19 aconteceu no dia 14 de agosto de 2020. Outras duas ofertas foram feitas, nos dias 18 e 26 do mesmo mês, mas teriam sido ignoradas pelo governo Jair Bolsonaro. O executivo ainda listou outras ofertas feitas pelo laboratório.

Sem resposta do governo brasileiro, o ex-presidente da Pfizer confirmou que o laboratório chegou a enviar uma carta ao presidente Bolsonaro, assim como outros membros do governo, cobrando “celeridade” na aquisição das doses da vacina. O documento ficou sem resposta por dois meses.